A contagem de mortos após a ação policial nos complexos do Alemão e da Penha subiu para 132, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro. Moradores retiraram da área de mata conhecida como Vacaria, na Serra da Misericórdia, mais de 70 corpos durante a madrugada desta quarta-feira e os levaram à Praça São Lucas, na Penha, para facilitar o reconhecimento por familiares.
O governo do estado havia informado 64 mortos e 81 presos até a noite de terça-feira. Na manhã desta quarta, o governador confirmou 58 mortos, sendo 4 policiais, e afirmou que a contabilização oficial considera apenas os corpos que dão entrada no IML. A Polícia Civil e o Ministério Público realizam perícia para verificar a relação entre os corpos levados por moradores e os confrontos da operação.
A ação mobilizou 2,5 mil agentes e foi marcada por confronto prolongado com o Comando Vermelho. Policiais relataram o uso de drones com explosivos por criminosos, além da apreensão de mais de 90 armas, entre elas fuzis, grande quantidade de munições, artefatos explosivos, rádios e cerca de 200 kg de drogas.
Relatos de moradores descrevem trilhas com múltiplos corpos, marcas de sangue e forte odor de gás lacrimogêneo na área de mata. Alguns cadáveres apresentavam tiros na cabeça e mãos amarradas. Uma parte dos corpos foi levada em uma kombi ao Hospital Estadual Getúlio Vargas. Houve protestos na Penha na manhã desta quarta-feira.
A operação impactou serviços públicos na Zona Norte. Escolas e unidades de saúde ficaram fechadas ou com atendimento reduzido, e linhas de ônibus precisaram desviar seus itinerários por segurança.
O reconhecimento oficial dos mortos ocorre no prédio do Detran ao lado do IML do Centro do Rio. O acesso ao IML está restrito a equipes policiais e do Ministério Público durante os exames. A Polícia Civil informou que seguirá com a identificação dos corpos e a apuração das circunstâncias das mortes.















