Um pastor foi preso preventivamente na terça-feira (28) no Distrito Federal, acusado de cometer uma série de crimes sexuais e de tortura contra os próprios filhos e enteados. Os abusos, que incluíam estupros e agressões brutais, ocorreram ao longo de oito anos na casa da família, no Recanto das Emas.
As investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), batizadas de Operação Falso Profeta, revelaram um ciclo de violência doméstica que durou de 2010 a 2018. As quatro vítimas tinham entre 6 e 15 anos de idade quando os crimes aconteceram.
De acordo com os depoimentos, o homem utilizava sua posição religiosa para manipular e aterrorizar as crianças. Após violentá-las, ele as obrigava a ler a Bíblia e a fazer orações com as mãos sobre o livro sagrado, numa tentativa de “justificar” os abusos cometidos.
Violência extrema e tortura
Os relatos à polícia detalham uma crueldade extrema. Além dos estupros, o pastor foi acusado de:
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Obrigar as vítimas a praticar atos libidinosos;
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Submeter as filhas a situações de abuso na presença umas das outras;
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Forçar as crianças a assistirem a filmes pornográficos;
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Agredir um dos enteados com arame farpado, causando lesões que resultaram em deformidade permanente;
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Aplicar castigos físicos como obrigar as crianças a ficarem de joelhos sobre caroços de milho e tampas de garrafa.
O silêncio das vítimas foi quebrado após uma delas ser abordada por uma conselheira tutelar, que a encorajou a denunciar os abusos. As investigações apontaram que as crianças temiam pela segurança da mãe e sofriam pressão de familiares para não revelarem os crimes.
Prisão e tentativa de suicídio
Ao tomar conhecimento, por meio de seu advogado, de que seria preso, o pastor tentou tirar a própria vida em seu local de trabalho. Ele foi socorrido por colegas e encaminhado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em São Sebastião, onde a prisão preventiva foi efetuada pela equipe da PCDF.
O delegado Alexandre Godinho, chefe da 27ª DP, destacou que a prisão “quebra um ciclo de violência que durou anos”. Ele afirmou que o investigado “explorava a fé e se aproveitava do laço de sangue para cometer os estupros e tentar ficar impune”, mas que a investigação conseguiu reunir provas suficientes para a condenação.
O caso agora segue para o Judiciário, onde o pastor responderá por crimes como estupro de vulnerável, tortura e atentado violento ao pudor.
Com informações de PCDF.















