Pelo menos 20 pessoas morreram e 56 foram presas nesta terça-feira, 28, em uma ação conjunta das polícias Civil e Militar nos complexos do Alemão e da Penha, Zona Norte do Rio. Traficantes reagiram com tiros, barricadas em chamas e lançamento de explosivos por drones. A ofensiva integra a Operação Contenção e mobilizou cerca de 2.500 agentes para cumprir 100 mandados de prisão.
Entre os mortos estão dois policiais civis. Um deles, Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, chefe da 53ª DP, conhecido como Máskara, foi baleado durante o confronto e não resistiu após ser levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas. Outros seis agentes ficaram feridos, além de três civis atingidos por disparos. A Polícia Civil relata que parte dos alvos veio de outros estados, com ao menos 30 investigados do Pará.
O balanço parcial aponta a apreensão de 31 fuzis, 2 pistolas e 9 motocicletas. Entre os presos está Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o Doca, liderança do Comando Vermelho na Penha. Segundo o Ministério Público, Doca e outros chefes como Pedro Bala, Gadernal e Grandão comandam áreas estratégicas para escoamento de drogas e armas e coordenam criminosos de pelo menos doze estados.
Os impactos à população foram imediatos. Vinte e oito escolas no Alemão e dezessete na Penha não abriram. Cinco unidades de saúde suspenderam o início do atendimento e avaliaram a abertura ao longo do dia. O transporte público operou com desvios em 12 linhas de ônibus para segurança de rodoviários e passageiros. Moradores relataram madrugada de tiroteios e corridas de criminosos em formação pela parte alta das comunidades.
De acordo com a Secretaria de Segurança, a operação foi planejada sem apoio federal e mira conter a expansão territorial do Comando Vermelho. O governo estadual afirma que a ação continua e que cerca de 280 mil moradores vivem nas áreas afetadas, reforçando que novas etapas ocorrerão conforme avançarem as diligências e o cumprimento dos mandados.
Com informações de G1.
