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Maringá entra em epidemia de dengue – você sabe o que isto significa?

Com mais de 700 casos confirmados em apenas uma semana e vários em análise, o município de Maringá entrou em situação de epidemia de dengue, agora com mais de 3 mil casos. A tendência é que cada vez mais haja pessoas com a doença, pois o aumento exponencial, como vem ocorrendo também em outros municípios paranaenses, o que levou a Secretaria Estadual da Saúde declarar, na semana passada,o Paranjá em estado de epidemia de dengue.

Segundo o gerente de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, Eduardo Alcântara, os aumentos vêm ocorrendo há seis semanas, porém na última semana o número de casos foi de praticamente o dobro da semana anterior.

 

Alertas com bastante antecência

Ele esclareceu que vários municípios paranaenses, como Campo Mourão, Londrina e Foz do Iguaçu estão em situação de Emergência de Saúde Pública, que é mais grave do que a situação de epidemia. “Este ainda não é o caso de Maringá, mas a situação de epidemia mostra que há uma tendência de aumento rápido de casos”.

Maringá entra em situação de epidemia de dengue
Eduardo Alcântara, gerente de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, coordena as ações contra o Aedes aegypti Foto: Arquivo

Alcântara destacou que desde o ano passado as autoridades sanitárias brasileiras vêm sendo alertadas de que a dengue vai chegar a patamares alarmantes em todas as Américas. “Nós intensificamos as ações e pedimos que a população se envolva cada vez mais para que possamos evitar a existência de criadouros do mosquito que transmite a dengue”.

Epidemia, surto, pandemia…

Durante a Covid-19, a palavra pandemia ficou bastante conhecida. Agora, com a dengue em alta, é normal se deparar com termos como epidemia, endemia e surto. E você sabe qual a diferença entre eles?

 

Surto

O surto é algo localizado. Pode ser um surto de gripe na empresa, surto de catapora em uma creche, por exemplo.

 

Epidemia

Uma epidemia ocorre quando temos um aumento inesperado no número de casos de uma doença em uma área geográfica específica. Febre amarela, varíola e dengue são excelentes exemplos de epidemias.

“A epidemia ocorre quando tem um aumento de casos acima da média, algo mais populacional. Existem pessoas que chamam surto de epidemia, mas não é. Por exemplo, não existe epidemia em escolas, existe surto”, alerta Renato Kfouri, infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

No Brasil, alguns locais estão declarando epidemia por causa da dengue. Segundo o Centro de Operações de Emergências do governo federal, seis estados (AC, GO, MG, ES, RJ e SC) e o DF declararam emergência em saúde pública.

As epidemias podem referir-se a uma doença ou a outro comportamento específico relacionado com a saúde (por exemplo, tabagismo) com taxas claramente acima da ocorrência esperada numa comunidade ou região.

 

Pandemia

A pandemia é uma epidemia que se espalhou por todas as regiões do planeta, afetando muitas pessoas. O exemplo mais recente é a pandemia de Covid-19.

 

Endemia

A endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. É a presença contínua de uma enfermidade ou de um agente infeccioso em uma zona geográfica determinada.

“A doença endêmica é a que circula com número de casos esperados. A meningite é uma doença endêmica no Brasil, todo ano tem X casos da doença, assim como a tuberculose. A meningite, mesmo endêmica, pode ter surtos em escolas e berçários”, pontua Kfouri.

situação de epidemia de dengue
Os principais sintomas da dengue. Foto: Arte/EBC

 

Brasil se anuncia de 1 milhão de casos prováveis de dengue

Desde o início de janeiro, o Brasil já registrou 920.427 casos prováveis de dengue. O país contabiliza ainda 184 mortes confirmadas pela doença e 609 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência da dengue no Brasil, neste momento, é de 453,3 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses, divulgados nesta terça-feira (27) pelo do Ministério da Saúdeebcebc

Entre os casos prováveis, 55,3% são de mulheres e 44,7% de homens. A faixa etária dos 30 aos 39 anos segue respondendo pelo maior número de casos de dengue no país, seguida pelo grupo de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos.

Já no ranking dos estados, Minas Gerais lidera em número absoluto de casos prováveis (311.333). Em seguida aparecem São Paulo (161.397), Distrito Federal (98.169) e Paraná (94.361).

Quando se considera o coeficiente de incidência, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar (3.484,8 casos por 100 mil habitantes), seguido por Minas Gerais (1.515,8), Acre (828,7) e Paraná (824,6).

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