DESTAQUES DO DIA PARANÁ POLICIAL POLÍTICA

Justiça federal condena superintendente do governo do Paraná por peculato e lavagem; pena é de 10 anos e 10 meses

Foto: Instagram

A superintendente-geral de Desenvolvimento Econômico e Social do Paraná, Keli Cristina de Souza Gali Guimarães, foi condenada a 10 anos e 10 meses de prisão em regime inicial fechado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A sentença, assinada em 9 de outubro pelo juiz federal Guilherme Roman Borges, da 13ª Vara Federal de Curitiba, decorre de investigação ligada ao Instituto Confiancce, Oscip citada na Operação Fidúcia (PF, 2015), em processo que tramita há mais de uma década.

Segundo a denúncia do MPF, oito pessoas — entre elas Keli — teriam usado o Instituto Confiancce para fraudar licitações, superfaturar contratos e desviar recursos entre 2008 e 2014, incluindo pagamentos de despesas particulares, simulação de serviços e contratações superfaturadas. Na sentença de 9 de outubro, o juiz concluiu que Keli recebeu “remuneração absolutamente incompatível com sua atuação”. A acusação por formação de quadrilha teve a punibilidade extinta por prescrição.

A defesa, representada pelo advogado Antonio Figueiredo Basto, afirma que vai recorrer e sustenta possibilidade de prescrição quanto ao peculato, além de alegar ausência de prova substancial contra a superintendente. O defensor diz ter convicção de que a decisão será reavaliada nas instâncias superiores. A sentença é de primeiro grau e não produz efeitos práticos imediatos até o exame dos recursos.

O Governo do Paraná declarou que os “fatos apontados na sentença são antigos e não têm relação com o trabalho atual” de Keli e informou que aguardará a tramitação nos tribunais. Segundo a gestão, “na decisão, o próprio juiz afirmou que não há espaço para perda do cargo porque não há essa conexão”. Keli foi nomeada para a superintendência em 2022; é casada com o conselheiro Fernando Guimarães, do TCE-PR, e trabalhou anteriormente em cargo comissionado na Alep. A superintendência — criada na atual gestão — tem entre as atribuições a articulação com segmentos da sociedade civil organizada.

O histórico do caso registra que Keli foi denunciada em 2016 e condenada em 2018, sentença anulada em 2019 pelo TRF-4, após alegação de interceptação telefônica ilegal do celular do marido, hipótese que exigiria competência do STJ e não da Justiça Federal paranaense. Com a anulação, o processo recomeçou até a nova condenação de 9 de outubro.

Encaminhamento: o caso segue em grau de recurso; a defesa prepara medidas nas instâncias superiores, enquanto o governo estadual mantém a posição de aguardar o trâmite judicial.

Com informações de Jornal de Brasília e Folha de São Paulo.

Sending
User Review
0/10 (0 votes)