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Hospital Metropolitano de Mandaguaçu encerra atividades nesta segunda(20)

Contrato com o antigo São Lourenço começou em março de 2019, para dez anos; rescisão aconteceu antes de completar dois anos por causa dos prejuízos que chegam a R$ 2,4 milhões. Pandemia e a suspensão do convênio com a prefeitura, foram alguns dos fatores para a falta de receita

Após um ano e oito meses atendendo com uma unidade em Mandaguaçu, o Hospital Metropolitano de Sarandi, encerra suas atividades. O contrato foi firmado com a direção do antigo Hospital São Lourenço em março de 2019. A direção do antigo São Lourenço anunciou fechamento no início do ano de 2019 e buscou parcerias, para que a estrutura continuasse aberta.

O médico José Antônio Gargantini, então diretor do Hospital São Lourenço, disse que tentou parceria na época com outras instituições como, por exemplo, a Faculdade Uningá, mas não deu certo. O acordo veio depois com a Rede Metropolitana. “Após mais de 40 anos em Mandaguaçu, atendendo em convênio com o município no período noturno, finais de semana e feriados, e com o  SUS (Sistema Único de Saúde) para internamentos e realização de cirurgias eletivas, tivemos que tomar aquela decisão em fechar o hospital, por falta de receita, já que o convênio com o município em torno de R$ 65 mil mensais, que já não era suficiente, não foi renovado e o recurso em AIHs (Autorização para Internação Hospitalar), não suportava as despesas geradas. Foi triste, mas era a única solução, por não conseguir manter a estrutura e as exigências da Regional de Saúde, a não ser algum convênio, como o firmado depois com o Metropolitano”, disse.

A notícia sobre o fechamento do hospital gerou muita polêmica na época, devido à sua importância nos atendimentos de baixa complexidade e cirurgias realizadas e como uma empresa geradora de empregos e renda. Após o acordo firmado e o contrato assinado com a Rede Metropolitana em 2019, o Hospital Metropolitano de Mandaguaçu, planejou e fez os investimentos em equipamentos e pessoal, também exigidos pela Vigilância em Saúde da 15ª Regional.

O HojeMais foi informado, que antes, no São Lourenço, eram 22 funcionários entre médicos, enfermeiros e auxiliares. Com a entrada do Metropolitano, o número de funcionários quadriplicou. O salto foi para 81 funcionários. “Antes tínhamos um enfermeiro durante o dia e dois técnicos, atualmente o hospital foi obrigado ampliar para dois enfermeiros e cinco técnicos, isso a cada seis horas de trabalho. A farmácia do hospital tinha um farmacêutico, hoje são seis, para transformá-la em 24 horas. Tudo por exigência da regional. Até dias atrás, oito médicos atendiam no Metropolitano de Mandaguaçu”, comentou Gargantini.

O custo do hospital aumentou muito. As receitas advindas do convênio firmado pelo Metropolitano com a prefeitura, de cerca de R$ 90 mil em média, considerada baixa, e o advento da pandemia, começaram a inviabilizar financeiramente o hospital, que segundo o médico Gargantini, contraiu uma despesa de cerca de R$ 2,4 milhões nesse período de um ano e oito meses. “Por causa da suspensão das cirurgias devido os decretos do governo, na pandemia, a situação complicou”, completou. Outro agravante, de acordo com o médico, foi o não comprimento do pagamento por parte da prefeitura nos últimos quatro meses antes da suspensão do contrato, o que se deu por parte do hospital, que deixou de receber mais de R$ 500 mil da prefeitura.

Estrutura

O Hospital Metropolitano de Mandaguaçu  tem uma área construída de 2.020 metros quadrados, dispõe de 45 leitos de enfermaria, três consultórios, quatro salas de cirurgias, além de salas de curativos, medicação, enfermagem, sala de estabilização, farmácia, refeitório e outras. O HojeMais entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Mandaguaçu e aguarda as respostas da prefeitura de Mandaguaçu, sobre as citações na reportagem e tão logo as receba, estará fazendo a atualização com a publicação. O HojeMais também tentou contato com a direção do Hospital Metropolitano em Sarandi, mas ainda não obteve retorno, até o fechamento desta reportagem.

 

 

 

Por: HojeMais Maringá