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Caso Icaraíma: polícia mapeia cinco bunkers e 17 esconderijos em fazenda onde corpos foram localizados

Foto: Divugação/Polícia Ambiental

A Polícia Civil do Paraná identificou cinco bunkers de alvenaria e aproximadamente 17 esconderijos na Fazenda Jundiá, no distrito de Vila Rica do Ivaí, em Icaraíma, Noroeste do Estado. Os pontos foram catalogados e georreferenciados com apoio da Força Nacional e da Polícia Militar Ambiental, na mesma área rural onde foram encontrados os corpos dos quatro cobradores desaparecidos.

Segundo o delegado Tiago Andrade, os bunkers são construções de alvenaria com base reforçada, enquanto os esconderijos são estruturas mais simples, feitas com lonas, madeira e terra, camufladas pela vegetação. O mapeamento busca entender o uso e a função desses locais na dinâmica criminosa.

As buscas se relacionam ao homicídio de Diego Henrique Afonso, 39 anos, Rafael Juliano Marascalchi, 43, Robishley Hirnani de Oliveira, 53, e Alencar Gonçalves de Souza, 36, cujos corpos foram localizados na madrugada de 19 de setembro. Em 12 de setembro, a polícia já havia encontrado uma Fiat Toro branca enterrada em uma das estruturas, com marcas de tiros, vestígios de sangue e pertences das vítimas. As vítimas saíram do interior de São Paulo para cobrar uma dívida por terras e, após encontro com os suspeitos Antônio Buscariollo, 66 anos, e Paulo Ricardo Costa Buscariollo, 22, não foram mais vistas. Ambos estão foragidos.

De acordo com a PCPR, as estruturas subterrâneas serviam de apoio logístico para tráfico e contrabando, com uso de rios da região e estradas rurais para escoamento de cargas ilícitas, especialmente cigarros de origem paraguaia. Proprietários e arrendatários de áreas onde os pontos foram achados estão sendo ouvidos para apurar responsabilidades.

A área mapeada é extensa e abrange mais de uma propriedade. Conforme o delegado Gabriel Menezes, os bunkers e esconderijos estão espalhados ao longo da mata, e não concentrados em um único imóvel rural. Peritos criminais e técnicos ambientais seguem no local para novas escavações e perícias, e a polícia avalia se há estruturas semelhantes em fazendas vizinhas.

No eixo ambiental, a Polícia Militar Ambiental aplicou R$ 7,5 milhões em multas por 278 hectares degradados, incluindo reserva legal e APP, com supressão de vegetação, pisoteio de gado e assoreamento de nascentes. A propriedade foi embargada e os responsáveis notificados. A corporação ressalta que as autuações ambientais não implicam, por si, ligação direta dos autuados com o crime investigado pela Polícia Civil.

Com informações de OBemdito.

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