Com o início das aulas de música, nesta segunda-feira, 8, começa uma nova fase na história da Fundação Cultural e Educacional Luzamor, uma referência na cultura maringaense, tanto como escola de música quanto como ambiente para eventos, em especial formaturas, palestras e apresentações musicais. O Luzamor está de volta depois de um período em que deixou de funcionar e seu icônico prédio tornou-se moradia de usuários de drogas.
Os alunos que frequentarem as salas do conservatório estarão no mesmo ambiente em que centenas de pessoas aprenderam música nos últimos 50 anos, vão frequentar as mesmas salas em que as irmãs Sumiko e Yaeko Miyamoto, ambas nascidas no Japão, ensinaram piano, junto com o professor Aniceto Matti, autor da melodia do “Hino à Maringá”.
Neste retorno, serão oferecidas aulas em grupo para violão, teclado, piano, violino, iniciação musical, jazz infantil e pintura. Também serão iniciadas as aulas particulares de diversos instrumentos e canto. Além disso, um coral infanto-juvenil, um adulto e uma banda já estão ensaiando.
Goteiras, mofo e muito trabalho
O renascimento do Luzamor é resultado do trabalho de um grupo de voluntários – todos ligados a atividades culturais de Maringá – que entendeu que era preciso fazer algo para salvar um patrimônio de importância histórica como aquele. Após a decisão, as coisas começaram a acontecer, com outras pessoas dispostas a também ajudar, de alguma forma, a recuperar o auditório.
A diretoria, da qual só restava o presidente, o maestro Marcos Alexandre Sala, foi recomposta pelos voluntários, pouco importando o cargo que tivessem.
“O prédio não era mais usado desde o início da pandemia, a fiação elétrica foi furtada, o prédio virou moradia de andarilhos, havia goteiras para todos os lados, infiltração, o mofo tomou conta”, diz o vice-presidente Marcelo Carvalho. “Para mudar aquela situação, era preciso muito dinheiro, mas principalmente muito trabalho”.
E foi com muito trabalho que as coisas começaram a acontecer. “Quando tem dinheiro, a gente paga, quando não tem – que é o mais comum – a gente mesmo faz”, diz o vice, lembrando quando ele próprio e outros membros da diretoria tiveram que arrancar “no muque” carpetes danificados pela infiltração. “Ao mesmo tempo, lá fora o Roberto, presidente do Conselho Fiscal, estava pendurado em cordas para pintar a fachada do prédio”.
A diretora Administrativa, professora e empresária Eliana Palma, conta que quando foram adquiridos fios e outros materiais elétricos para refazer a fiação que havia sido furtada, os voluntários temeram que o material fosse roubado. “Várias pessoas do nosso grupo, inclusive com crianças, passaram uma semana morando no auditório, no escuro, sem água, sem conforto algum, até que o serviço fosse realizado”.
Luzamor, a pequena escala do grande Alla Scalla
Com o início das atividades do conservatório, com professores contratados para aulas de piano, violão, instrumentos de sopro e canto, a diretoria vai concentrar seus esforços na recuperação do auditório, que é, possivelmente, um dos mais bonitos do Sul do Brasil.
Com palco, cadeiras e piso recuperados, ar-condicionado funcionando, o auditório do Luzamor, que no passado foi palco de inúmeras e importantes atrações nacionais e internacionais, se encontra disponível para eventos diversos da cidade e região, com sua excelente acústica e extrema elegância, com capacidade para 400 pessoas.
Localizado no centro de Maringá, a poucos metros do Shopping Maringá Park e com frente para o Parque do Ingá, o auditório construído por iniciativa das irmãs Sumiko e Yaeko Miyamoto é ideal para congressos, conferências, recitais, concertos, musicais, shows, formaturas, casamentos e outros.
O auditório Shizuko Miyamoto, nome da mãe das fundadoras do Luzamor, Sumiko e Yaeko, é uma cópia do Teatro Alla Scala, de Milão, Itália. O engenheiro e arquiteto Arthur Yukishigue Yabiku conseguiu o projeto do teatro italiano o do Luzamor reduzindo a escala. Também a frente do Luzamor tem como referência o Alla Scalla.