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Victor Simião deixa a Cultura depois de alcançar marcas que deram protagonismo à secretaria

A Secretaria de Cultura de Maringá passa por mudança no comando, mas deve continuar no mesmo ritmo de realizações até o último dia da administração Ulisses Maia (PSD). Na sexta-feira foi exonerado o secretário Victor Simião e nomeado para o cargo o músico e produtor Paulinho Shoffen, que já trabalha na secretária como diretor de Eventos e Formação.

 

Segundo Simião, Shoffen deverá ter uma administração tranquila, primeiro porque tem grande experiência no setor cultural, segundo porque já está na secretaria e conhece o trabalho a ser feito, terceiro porque muitos dos trabalhos da secretaria já estão programados e em andamento.
Uma das responsabilidades de Paulinho Shoffen e de quem quer que venha a assumir a Cultura doravante será manter o protagonismo de uma secretaria que outrora existia ‘para cumprir tabela’, sem importância diante dos gestores municipais e sem grandes realizações aos olhos do público.

 

Nos últimos anos, a Secretaria de Cultura conseguiu privilegiar todas as modalidades de arte, chegar a todas as regiões do município e criou oportunidades para que o povo comum também possa ser criador de cultura.

 

“Deixo a Secretaria de Cultura com o coração cheio de alegria, sabendo que fizemos o melhor que pudemos. Eu só tenho a agradecer à equipe de trabalho, aos fazedores e fazedoras de cultura. Sem eles, nada disso teria sido possível”, afirmou Simião. Ele deixa marcas importantes na história da secretaria, como a de ter sido a pessoa mais jovem a assumir como secretário, foi o que mais tempo permaneceu no cargo nas últimas décadas.

 

“No período, foram realizados 63 grandes eventos, como Flim [Festa Literária Internacional de Maringá], Virada Cultural, Carnaval Popular, Folia de Reis, Show da Virada e Mês da Música – boa parte das ações ocorrendo também em bairros, descentralizando as atividades culturais”.

Victor Simião - aniceto matti
Todos os setores da cultura serão beneficiados com recursos do Prêmio Aniceto Matti Foto: Vitor Pessoa

A Flim 2023 também deixa uma marca importante: foi a maior de todas as edições, cerca de 60 mil pessoas passaram pela festa nos cinco dias. Os 30 livreiros e editores presentes comercializaram quase R$ 500 mil.

 

No caso dos shows, nesse período da gestão vieram a Maringá nomes como Raça Negra, Gal Costa, Sepultura, Roberta Sá, Marcelo D2, Leci Brandão, Paralamas do Sucesso, Letrux, Roupa Nova, Elba Ramaho e Rincon Sapciência.

 

O valor recorde também é para o investimento na classe artístico-cultural. De 2021 até o momento, foram publicados 30 editais de fomento, totalizando R$ 13 milhões para projetos como “Convite às Artes” e “Prêmio Aniceto Matti”. Na edição mais recente do “Convite às Artes”, são R$ 760 mil para a contratação de 232 ações; no mais recente do “Prêmio Aniceto Matti”, R$ 2,4 milhões para o fomento em 45 projetos.

 

Diálogo foi característica do secretário Simião

 

Uma das marcas que o período Victor Simião deixa é o de constante diálogo e participação democrática. No período, foram realizados em torno de 30 reuniões abertas, audiências públicas, fórum ou conferências com a classe artístico-cultural. A experiência, nessas ações, levou a realização de diversos projetos por parte da Secretaria, como a realização, pela primeira vez na história, do “Diagnóstico da Cultura”, um documento que mapeou quais são as necessidades do setor e que serve como base para desenvolvimento de políticas públicas. Simião também passou, pela primeira vez na história, o comando do CMPC (Conselho Municipal de Políticas Culturais) à sociedade civil, demonstrando que é necessário ter a maior participação e fiscalização das ações do poder público.

As reuniões para fazer o diagnóstico da cultura serviram para ajudar a mapear os profissionais que atuam na área cultural Foto: Ana Carolina Alves/PMM
Crédito: Ana Carolina Alves/PMM

Essa aproximação, pela primeira vez, também deu protagonismo às mulheres, aos indígenas, às pessoas negras, às casas afro-brasileiras e à diversidade. Rendeu, também, a criação de mais espaços para diálogos de forma regional, estadual e nacional.

 

 

Cultura em âmbito regional

 

Partiu de Simião a ideia da criação da Câmara Técnica de Cultura da Amusep (Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense), reunindo Maringá e outras 29 cidades da região noroeste. A Câmara funciona desde agosto de 2022, sob a coordenação dele. No período, realizou diversos encontros, treinamentos e capacitação para gestores municipais. Também esteve ligado à RECIP (Rede de Cultura do Interior do Paraná), reunindo mais de 150 cidades, como co-criador e vice-presidente, e do G7, grupo que reúne as sete maiores cidades do estado, com exceção de Curitiba.

 

O diálogo também aconteceu com outras pastas da Prefeitura de Maringá, instituições como Universidade Estadual de Maringá (UEM) e produtores e artistas independentes.

Victor Simião representa o Paraná na Conferência de Cultura
Como secretário de Cultura, coordenador da Câmara Técnica de Cultura da Amusep, Simião representou o Paraná na Conferência Nacional de Cultura Foto: Arquivo

Como agente da política pública, Victor Simião representou Maringá na Conferência Estadual de Cultura, em 2023; em 2024, representou o Paraná na Conferência Nacional de Cultura.

 

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