CIDADE

‘Vicência Vermelha Viva’ estreia dia 24 e cumpre 8 apresentações gratuitas em Maringá

No próximo dia 24, às 20h, no Teatro Barracão, a atriz Kênia Bergo estreia seu segundo solo: “Vicência Vermelha Viva”.

Com direção de Daniele Santana, do grupo Contadores de Mentira (Suzano / SP), o espetáculo cumpre oito apresentações com entrada gratuita, viabilizadas por meio do Prêmio Aniceto Matti. A peça se repete nos dias 25, 26 e 29 no Barracão e depois vai para o Arena das Artes entre os dias 4 e 7 de agosto.

A inspiração para o projeto foi a história de vida de Vicência Moreira de Brito, uma mulher nordestina que se negou a ser “viúva da seca” e, em vez de ficar esperando o marido que foi pro Sul em busca de uma vida melhor, resolveu acompanhá-lo. Devota de Padre Cícero, nasceu em Caririaçu (Ceará), assim como cinco de seus nove filhos. Na década de 1970 partiu para São Paulo e, por falta de dinheiro para voltar pro sertão, acabou no interior do Paraná. Perdeu um filho pra fome, mas teve muitos netos e histórias pra contar. Viveu 74 anos e faleceu em 2019.

A sinopse nos indica que a obra brinca com os fios que regem a vida, as histórias e os bordados de Vicência. Através das linhas da memória, constrói mundos onde os fatos do cotidiano se desenrolam e dão vida aos acontecimentos que permeiam, entre a alegria e a tristeza, a trajetória de uma mulher. Uma história dividida entre o Nordeste e o Sul, como a de muitas famílias brasileiras que, ao se depararem com a dureza da terra em que nasceram, apostam na aventura de atravessar o país.

“Antes do primeiro solo que fiz (o “Psicose”), eu já estava em busca de um trabalho onde eu pudesse explorar o teatro ritual e que fosse voltado ao feminino de alguma forma. Foi quando eu escrevi e me auto dirigi na cena curta “Vermelha”, que eu cheguei a gostar bastante, mas não me sentia satisfeita e não via formas de desenvolve-lo até chegar onde eu queria. Faltava alguma coisa”, conta Bergo. “Psicose” estreou em 2018 e cumpriu temporada de sucesso, enquanto o projeto “Vermelha” ficou na gaveta. “Quando a minha avó ficou doente, caiu uma grande ficha. Eu tive um insight enorme, foram passando pela minha cabeça todas as histórias tão sofridas que ela tinha me contado desde pequena, as coisas que eu aprendi e a forma como ali naquela casa se desenvolvia uma linguagem própria, que a maturidade fez com que eu enxergasse ouro. A história da minha avó era o que faltava nesse projeto engavetado. Eu buscava referências de fora, de outras mulheres e com isso acabava me perdendo. Quando vi na minha própria árvore genealógica algo pelo qual eu me movimentaria, foi inspirador”.

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