A estudante de Direito Ana Paula Veloso Fernandes, de 35 anos, é investigada pela morte do tunisiano Hayder Mhazres, de 21, que morreu após passar mal ao tomar um milk-shake em maio deste ano, em São Paulo. O caso faz parte de uma série de crimes atribuídos à universitária, apontada pelo Ministério Público como uma possível “serial killer”, acusada de envenenar ao menos quatro pessoas em São Paulo e no Rio de Janeiro.
De acordo com o relatório da investigação conduzida pelo 1º Distrito Policial de Guarulhos, Ana Paula teria planejado o assassinato de Hayder após o jovem recusar a falsa narrativa de que ela estaria grávida dele. A estudante teria mantido o relacionamento com o tunisiano para tentar obter vantagens financeiras e chegou a enviar mensagens em árabe com tom ameaçador à família da vítima após a morte.
Testemunhas contaram que, no dia 23 de maio, os dois saíram para lanchar e o rapaz começou a passar mal logo depois de consumir um milk-shake. Ele foi levado para casa pela suspeita e morreu pouco tempo depois. Ana Paula comunicou o óbito às autoridades, alegando que o estrangeiro teria usado drogas — versão desmentida pela família, que afirmou que Hayder era saudável e não fazia uso de entorpecentes.
Durante o inquérito, a polícia encontrou mensagens e fotos no celular de Ana Paula sugerindo que ela teria simulado uma gravidez após o crime. Em sua casa, os agentes localizaram um produto suspeito de ser veneno, ainda em análise pericial.
A estudante está presa preventivamente desde setembro. Sua irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes, também foi detida, acusada de ajudá-la em parte dos crimes. Ambas já são ré em ações que apuram outras três mortes: a de Marcelo Hari Fonseca e Maria Aparecida Rodrigues, em Guarulhos (SP), e a do aposentado Neil Corrêa da Silva, em Duque de Caxias (RJ).
A investigação aponta que Ana Paula envenenava as vítimas para obter bens e dinheiro, aproximando-se delas sob pretextos de amizade ou relacionamento amoroso. A filha do idoso morto no Rio, Michelle Paiva da Silva, também está presa por ter contratado a universitária para matar o próprio pai em troca de R$ 4 mil.
Segundo o delegado Halisson Ideiao Leite, responsável pelo caso em Guarulhos, “Ana Paula se apresentava como vítima, mas as investigações mostraram que ela era, na verdade, uma assassina em série”.
A Polícia Civil e o Ministério Público investigam se há outras vítimas associadas à estudante, que permanece detida em São Paulo.
Com informações de G1.















