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Putin admite que Rússia derrubou avião da Embraer no Cazaquistão e promete indenizar famílias das vítimas

Avião fabricado pela Embraer caiu no Cazaquistão no dia 25 de dezembro de 2024 — Foto: Azamat Sarsenbayev/Reuters

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu que as defesas aéreas russas foram responsáveis pela queda de um avião da Embraer no Cazaquistão, em 25 de dezembro de 2024, tragédia que deixou 38 mortos.

Durante encontro com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, Putin explicou que dois mísseis russos detonaram próximos à aeronave da Azerbaijan Airlines, que havia decolado de Baku e seguia para Grózni, na Chechênia, quando o sistema antiaéreo reagiu a drones ucranianos que teriam invadido o espaço aéreo da região.

“Os dois mísseis lançados não atingiram o avião diretamente. Eles explodiram a poucos metros de distância, talvez em modo de autodestruição. O dano foi causado pelos destroços, não pelas ogivas”, afirmou Putin.

Segundo ele, o piloto chegou a relatar o impacto como se fosse “um bando de pássaros”, o que está registrado nas caixas-pretas da aeronave.

Putin também pediu desculpas publicamente e prometeu indenização às famílias das vítimas, dizendo que o governo russo conduzirá uma “avaliação objetiva” sobre o episódio.

“É nosso dever fazer uma análise completa e identificar as verdadeiras causas. O Estado russo fará o que for necessário em termos de indenização e responsabilização”, declarou.

Relatório do Cazaquistão e participação do Brasil

Em fevereiro, o governo do Cazaquistão divulgou relatório preliminar indicando que o acidente foi provocado por “objetos externos”, sem especificar sua origem. Fragmentos da aeronave apresentavam múltiplos danos por impacto, especialmente na cauda e na asa esquerda.

O Brasil, país de origem da fabricante Embraer, analisou as caixas-pretas do avião através do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Os dados foram encaminhados às autoridades cazaques, responsáveis pela investigação principal.

Contexto da queda

O avião Embraer 190, que operava o voo J2-8243, fez um pouso de emergência a três quilômetros da cidade de Aktau, no Cazaquistão. Na época, o governo russo negava envolvimento, mas admitiu que sistemas antiaéreos haviam sido ativados para repelir ataques de drones ucranianos em cidades próximas.

A confissão de Putin encerra meses de especulações sobre as causas do acidente e marca um raro reconhecimento público de erro militar por parte do Kremlin.

Com informações de G1.

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