O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou criminalmente um padre por importunação sexual contra uma jovem de 20 anos dentro de uma igreja na Ilha dos Valadares, em Paranaguá, no litoral do estado. O crime ocorreu em 11 de fevereiro de 2022, e a ação penal foi recebida pela Justiça nesta segunda-feira (20).
De acordo com a denúncia, o clérigo — identificado como Binu Joseph Chollackal, natural da Índia e com 43 anos à época — aproveitou-se de sua posição de autoridade e confiança perante a comunidade para cometer o abuso durante um momento de oração. Ele teria instruído os presentes a fecharem os olhos, tocando indevidamente a vítima enquanto seus pais estavam no local.
Além da condenação pelos crimes previstos em lei, o MPPR requer o pagamento de indenização por danos morais no valor mínimo de R$ 20 mil à vítima, que recebe acompanhamento psicossocial. O padre responde ao processo em liberdade, mas já foi afastado das atividades pela Igreja Católica. A Diocese de Paranaguá informou, em nota divulgada nesta terça-feira (21), que determinou a suspensão cautelar do padre. Em comunicado, a Cúria Diocesana afirmou que a medida é “preventiva” e tem como objetivo “proteger o bem comum e garantir a justa instrução do processo”. A instituição religiosa também iniciou um procedimento interno de apuração seguindo as normas do Motu Proprio Vos estis lux mundi, documento do Papa Francisco que estabelece diretrizes para investigação de denúncias de abuso por membros do clero.
Apoio a vítimas
A Diocese manifestou “pesar” pelo ocorrido e colocou-se à disposição para oferecer acolhimento espiritual e psicológico à jovem. A nota cita ainda a “Carta ao Povo de Deus”, de 2018, reafirmando o “compromisso com a proteção de menores e pessoas vulneráveis”.
O MPPR mantém canais para que possíveis vítimas de abusos em contextos religiosos ou outros entrem em contato:
-
Paranaguá: 3ª Promotoria de Justiça — (41) 3422-8620 / paranagua.3prom@mppr.mp.br
-
Cascavel: 15ª Promotoria de Justiça — (45) 3343-6201 / (45) 3343-6202
-
Curitiba: Naves (Núcleo de Apoio à Vítima de Estupro) — atendimento a maiores de 18 anos
A instituição garante sigilo e acolhimento adequado às vítimas.
Com informações de Jornal Plural e MPPR.
