A temporada promete ser de muitas páginas viradas em Maringá, seja no digital, seja no papel. Famosa pela alta concentração de clubes de leitura, que reúne aficionados e curiosos em torno de livros, a Cidade Canção tem leitores e leitoras de olho nas maratonas que começam agora em janeiro.
Um deles é o Bons Casmurros, que completa dez anos de atividades em 2023. Segundo informações oficiais, já realizou 150 encontros, lendo muito e de tudo. A participação é gratuita, como é a tônica dos clubes listados neste texto.
A agenda do 1º semestre conta com oito obras, indo do clássicão Liev Tolstói aos contemporâneos, como é o caso do queridinho dos brasileiros, Valter Hugo Mãe. Tem espaço de leitura também para uma autora Prêmio Nobel de Literatura (Annie Ernaux).
Os encontros serão a cada três semanas, de forma presencial, com entrada livre. A recomendação é a leitura integral dos livros escolhidos.
A primeira rodada será no próximo sábado, 21, às 16h30, no Atari Bar (av. Prudente de Morais, 945). Os participantes vão trocar ideias em torno de “Sobre o autoritarismo brasileiro” (2019), da historiadora Lilia Schwarcz. “Ao investigar esses subterrâneos da história do país – e suas permanências no presente – a autora deixa expostas as raízes do autoritarismo no Brasil, e ajuda a entender por que fomos e continuamos a ser uma nação muito mais excludente que inclusiva, com um longo caminho pela frente na elaboração de uma agenda justa e igualitária”, diz a Companhia das Letras.
Em seguida, a sequência:
11/02 – “Bodas de Sangue”, de Garcia Lorca;
11/03 – “O acontecimento”, de Annie Ernaux;
1º/04 – “O barão nas árvores”, de Ítalo Calvino;
29/04 – “Rinha de Galos”, de María Fernanda Ampuero;
20/05 – “O filho de mil homens”, de Valter Hugo Mãe;
03/06 – “Degenerado”, de Chloé Cruchaudet;
24/06 – “Ressurreição”, de Liev Tolstói.
Para mais informações, acesse: www.instagram.com/clubedeleiturabonscasmurros/
Biblioteca
Já o Clube de Leitura Maringá inicia os trabalhos de 2023 em 4 de março, com a obra-prima “Crime e Castigo” (1866), de Fiódor Dostoiévski. Os encontros entre leitores e leitoras são feitos na Biblioteca Central (av. Horácio Racanello, 6.090).
No livro de Dostoiévski, Raskólnikov, um jovem estudante, pobre e desesperado, perambula pelas ruas de São Petersburgo até cometer um crime que tentará justificar por uma teoria: grandes homens, como César ou Napoleão, foram assassinos absolvidos pela História. Este ato desencadeia uma narrativa labiríntica que arrasta o leitor por becos, tabernas e pequenos cômodos, povoados de personagens que lutam para preservar sua dignidade contra as várias formas da tirania.
Na sequência, o Clube fará a leitura e discussão das seguintes obras ao longo do ano:
18/03 – “O velho e o mar”, de Ernest Hemingway;
1º/04 – “O país das neves”, de Yasunari Kawabata;
29/04 – “Angústia”, de Graciliano Ramos;
13/05 – “Querida Kombini”, de Sayaka Murata;
03/06 – “Triste fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto;
1º/07 – “O vermelho e o negro”, de Stendhall;
05/08 – “O alegre canto da perdiz”, de Paulina Chiziane;
02/09 – “Mulherzinhas”, de Louisa May Alcott;
07/10 – “Assim na terra como embaixo da terra”, de Ana Paula Maia;
11/11 – “O avesso da pele”, de Jeferson Tenório;
02/12 – “O amor nos tempos do cólera”, de Gabriel García Márquez.
Para mais informações: www.instagram.com/secretariadeculturamaringa/
E tel. (44) 3127-6080.
Mulheres
Braço local de um projeto nacional, o Leia Mulheres Maringá tem foco na leitura e divulgação de livros escritos por mulheres. Sob mediação de Estela Lacerda e Gabriela Fonseca Tofanelo, o clube é aberto a todos e todas.
Para 2023, o primeiro semestre abre com “A ilha dos sentimentos perdidos”, da escritora e comunicóloga radicada em Maringá, Hada Maller. Inclusive, essa obra concorreu ao Prêmio Jabuti de 2022, na categoria Conto. O encontro será em 28 de janeiro, às 16h, no Açukapê (rua Santos Dumont, 2.543), com a ilustre presença de Maller.
Próximas leituras:
25/02 – “A cor púrpura”, de Alice Walker;
18/03 – “A pediatra”, de Andréa Del Fuego;
15/04 – “As coisas que perdemos no fogo”, de Mariana Enríquez;
27/05 – “Copo vazio”, de Natalia Timerman;
17/06 – “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”, de Maya Angelou.
Informações: www.instagram.com/leiamulheresmaringa/
Acrópole
Criado em 2022, o Clube de Leitura da Acrópole é ligado ao blog e canal no YouTube “Acrópole Revisitada – Do clássico ao contemporâneo”, sob comando do escritor, professor e mestre/doutor em literatura de Maringá, Luigi Ricciardi.
Com funcionamento virtual, as atividades de leitura mensais do primeiro semestre de 2023 do clube começam em 21 de janeiro, com um clássico da literatura brasileira: “Memórias póstumas de Brás Cubas” (1881), de Machado de Assis. É um romance fundador do Realismo, repleto de digressões filosóficas.
Confira a programação seguinte da Acrópole no semestre:
18/02 – “O acontecimento”, de Annie Ernaux;
18/03 – “As intermitências da morte”, de José Saramago;
15/04 – “O manto da noite”, de Carola Saavedra;
13/05 – “A fúria”, de Silvina Ocampo; e
17/06 – “Anna Kariênina”, de Liev Tolstói.
“Venha discutir com a gente essas obras magníficas”, diz o perfil do clube nas redes sociais. “A ideia não é fazer uma discussão acadêmica, mas sim fazer uma troca de experiências, de olhares sobre cada livro. Você é livre para dizer que gostou ou não gostou e dizer sua opinião”.
