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China reage a Trump e ameaça contramedidas após tarifa de 100%: “Não queremos brigar, mas não temos medo de brigar”

Donald Trump anuncia novas tarifas sobre China, que critica ameaça dos EUA — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS e SUO TAKEKUMA / AFP

A escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China ganhou um novo capítulo neste domingo (12), após o governo chinês responder duramente ao presidente Donald Trump, que anunciou tarifas adicionais de 100% sobre importações chinesas.

Em comunicado oficial, o Ministério do Comércio da China classificou as medidas de Washington como “ações equivocadas” e alertou que adotará “medidas correspondentes” caso os EUA insistam em ampliar as sanções econômicas.

“Ameaçar com tarifas elevadas a cada passo não é a maneira certa de lidar com a China. O país não quer brigar, mas não tem medo de brigar”, afirmou o ministério, em nota divulgada neste domingo.

A resposta de Pequim ocorre após uma semana de tensão crescente entre as duas maiores economias do mundo. Desde setembro, os EUA vêm impondo novas restrições comerciais, incluindo o bloqueio de empresas chinesas em listas de controle e limites à exportação de softwares estratégicos, que entram em vigor em 1º de novembro.

Trump justificou as medidas dizendo que a China estaria impondo barreiras injustas às exportações americanas, especialmente no setor de minerais de terras raras — insumos essenciais para a produção de chips, baterias e equipamentos de alta tecnologia. O republicano também ameaçou cancelar o encontro com o presidente Xi Jinping, previsto para este mês.

Em contrapartida, Pequim reagiu com novas taxas portuárias a navios americanos, restrições à exportação de terras raras e uma investigação antitruste contra a Qualcomm. A China argumenta que seus controles não configuram uma proibição total, mas sim uma “regulamentação por segurança nacional”.

O governo chinês também afirmou ter avaliado previamente os impactos de suas medidas sobre as cadeias globais de produção e concluiu que serão “muito limitados”, garantindo que continuará aberta ao diálogo — desde que os EUA “corrijam suas práticas equivocadas”.

Com a retórica endurecida dos dois lados, o impasse reacende os temores de uma nova fase da guerra comercial entre as potências, com possíveis reflexos sobre as cadeias de suprimentos e os mercados globais.

Com informações de O Globo.

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