A Polícia Civil, por meio da 2ª Delegacia de Investigações do Narcotráfico (2º DIN/DENARC), sob a coordenação da delegada Ana Flávia Leite, deflagrou a Operação “Porta Fechada”, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas e outros delitos correlatos. A ação visa atingir suspeitos ligados a crimes como tráfico de entorpecentes, associação para o tráfico, organização criminosa, agiotagem, adulteração de sinais identificadores de veículos automotores, entre outros ilícitos que comprometem a ordem pública e a segurança da sociedade.
No total, estão sendo cumpridos 41 mandados de prisão e 45 de busca e apreensão, além da apreensão de dois veículos. A operação se estende por 21 municípios de quatro estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. As equipes policiais realizam ações simultâneas nessas localidades.
Ao todo, 88 medidas cautelares foram expedidas, abrangendo prisões preventivas, temporárias e buscas em residências e veículos. O objetivo central é enfraquecer a estrutura do tráfico de drogas e identificar outras atividades criminosas associadas ao grupo.
A operação mobiliza um grande efetivo, incluindo policiais do DENARC, do Departamento de Polícia do Interior (DPI) e de outras unidades especializadas da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Mais de 200 agentes atuam de maneira coordenada na investigação e execução das ordens judiciais.
Essa iniciativa reforça o compromisso da Polícia Civil no combate ao crime organizado, especialmente no enfrentamento ao tráfico de drogas, além de buscar a neutralização dos financiadores e operadores desse mercado ilícito, atingindo a base financeira da organização criminosa.
HISTÓRICO DAS INVESTIGAÇÕES
As investigações tiveram início em julho de 2024, após a apreensão de mais de 400 kg de maconha em Sapucaia do Sul, no Rio Grande do Sul. A droga foi encontrada em um veículo que se dirigia a um local utilizado como depósito de entorpecentes. Durante a ação, foram apreendidos balanças de precisão, um furgão com placas clonadas e um celular, que se tornou peça-chave para o avanço das apurações.
A partir dessa operação inicial, e com respaldo judicial para medidas cautelares, foi possível identificar uma organização criminosa estruturada, com atuação em diversas frentes ilícitas. O grupo operava não apenas no Rio Grande do Sul, mas também em outros estados, totalizando presença em pelo menos 21 municípios. As investigações apontam Sapucaia do Sul e a Grande Porto Alegre como centros estratégicos para suas atividades ilegais.
A OPERAÇÃO “PORTA FECHADA”
A operação foi planejada para desmantelar a estrutura financeira e operacional da organização criminosa, interrompendo suas atividades em diversas regiões. As investigações revelaram que o grupo realizava grandes transportes de entorpecentes e que uma das apreensões mais relevantes ocorreu em uma estrada federal, quando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) interceptou uma carga avaliada em aproximadamente R$ 10 milhões, contendo cerca de 5 toneladas de maconha.
Outro ponto identificado foi a articulação do grupo para manter suas operações mesmo com seus principais líderes presos. Através de celulares, detentos davam ordens a operadores externos, garantindo a continuidade do tráfico. Além disso, o grupo realizava fraudes financeiras e golpes, com envolvimento de uma grande empresa do setor alimentício que fornecia produtos para cantinas de penitenciárias no estado.
ESQUEMA DE FRAUDES FINANCEIRAS
As investigações apontam que a organização criminosa utilizava contratos com a Superintendência de Serviços Penitenciários do Estado (SUSEPE) para ocultar recursos ilícitos. Detentos aplicavam golpes financeiros e direcionavam os valores para contas bancárias ligadas à empresa fornecedora de alimentos para presídios, em um possível esquema de lavagem de dinheiro.
Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) indicaram movimentações financeiras atípicas, ultrapassando R$ 32 milhões em menos de 10 meses. Além disso, uma transação imobiliária suspeita chamou atenção: um imóvel comprado por R$ 200 mil foi revendido no mesmo dia por R$ 890 mil, evidenciando possíveis manobras de ocultação de patrimônio ilícito.
O uso de empresas para camuflar recursos provenientes do tráfico e outros crimes reforça a sofisticação da organização. Com essa estrutura, o grupo conseguia manter sua rede criminosa ativa sem levantar suspeitas imediatas.
EXECUÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES
Nesta terça-feira (18), diversas ordens judiciais foram cumpridas, incluindo prisões e apreensões de bens ligados ao esquema criminoso. A operação contou com apoio do Ministério Público Estadual e de setores de inteligência da Polícia Civil.
As investigações seguem em andamento para identificar todos os envolvidos e desarticular completamente as operações da organização criminosa. O inquérito policial nº 217/2024/250122 apura crimes como:
- Organização Criminosa (Lei nº 12.850/13) – Pena de até 8 anos de reclusão.
- Tráfico de Drogas (Lei nº 11.343/2006) – Pena de até 15 anos de reclusão.
- Associação para o Tráfico de Drogas (Lei nº 11.343/2006) – Pena de até 10 anos de reclusão.
- Adulteração de Sinal Identificador de Veículo Automotor (Lei nº 14.562/2023) – Pena de até 8 anos de reclusão.
- Agiotagem (Lei nº 1.521/1951) – Pena de até 2 anos de detenção.
- Extorsão (Código Penal – Lei nº 2.848/1940) – Pena de até 10 anos de reclusão.
O delegado Alencar Carraro, diretor do DINARC/DENARC, destacou que a operação teve êxito graças à colaboração entre Polícia Civil e Ministério Público, permitindo a coleta de provas robustas e a realização de prisões estratégicas.
A ação faz parte da Operação NARKE, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, reforçando o combate ao crime organizado em todo o país.
DISQUE-DENÚNCIA DO DENARC
📞 08000 518 518
ATUALIZAÇÃO DA OPERAÇÃO:
✅ 32 presos
✅ Drogas apreendidas
✅ 12 armas
✅ Aproximadamente R$