A partir desta terça-feira, 3 de junho, a tarifa do transporte coletivo em Maringá passará a custar R$ 5,20. O reajuste de 8,3% em relação ao valor anterior de R$ 4,80 foi oficializado por meio de decreto publicado pela Prefeitura na última sexta-feira (30). Para manter a passagem abaixo da chamada “tarifa técnica”, calculada em R$ 7,90, o município vai destinar R$ 39 milhões em subsídios ao sistema em 2025.
Segundo a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), sem esse aporte do poder público, o custo integral da passagem ao usuário seria de quase R$ 8, devido ao aumento nos custos operacionais, como reajustes salariais dos motoristas e variação no preço do diesel. O subsídio garante ainda a gratuidade para idosos, pessoas com deficiência, estudantes, autistas e outros grupos protegidos por lei.
Mesmo com o aumento, Maringá continua com a tarifa mais barata entre as três maiores cidades do Paraná. Em Curitiba, o valor é de R$ 6, e em Londrina, R$ 5,75. Estudantes com o Cartão Passe Fácil seguirão pagando metade do valor, e quem utiliza o cartão nos horários de menor fluxo (entre 8h30 e 11h, e das 13h30 às 16h) ainda receberá bônus de 15% em créditos eletrônicos.
Custo coletivo
O investimento de R$ 39 milhões, se dividido entre os cerca de 409 mil habitantes de Maringá, representa R$ 95 por cidadão — mesmo para aqueles que não utilizam o transporte público. A medida é uma tentativa de manter a tarifa acessível à população, mas esbarra em um problema: o número de usuários não cresce.
Desde 2022, o número médio de passageiros diários se mantém em 64 mil, bem abaixo dos 100 mil necessários para que o sistema se torne sustentável. Antes da pandemia, a média ultrapassava 140 mil passageiros por dia. Entre 2022 e 2024, a Prefeitura já aportou mais de R$ 100 milhões em subsídios à TCCC, a empresa que opera o sistema.
Críticas e transparência
Apesar dos investimentos crescentes, o modelo atual ainda não conseguiu reverter a queda no número de usuários. Para este ano, a Lei Orçamentária previa R$ 15 milhões em subsídios, valor já superado nos primeiros cinco meses de 2025, com R$ 8,7 milhões pagos até maio. O restante do recurso deverá ser suplementado ao longo do ano.
Além da questão econômica, o município defende que o subsídio é fundamental para garantir acesso ao transporte e assegurar as gratuidades previstas em lei. Ainda assim, especialistas apontam que, para além do preço, é necessário melhorar a qualidade e a eficiência do serviço para reconquistar os passageiros perdidos nos últimos anos.
Com informações de Maringá Post.