A motorista Cássia Vialli Martins, suspeita, de dirigir embrigada o carro pela contramão, matar o motoboy Jheykson Roger Medeiros, de 36 anos, e fugir no bairro Boqueirão, em Curitiba, na madrugada de domingo (4) se apresentou na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) nesta segunda (5). Ela estava acompanhada do advogado Ígor Ogar. Cássia não quis se pronunciar, mas seu advogado disse que a cliente se desculpou pelo acidente e se colocou à disposição para prestar todos os esclarecimentos sobre o caso. Ela prestou depoimento ao delegado Edgar Santana e foi liberada em seguida.
O prazo para conclusão do inquérito é de 30 dias. Por enquanto, Cassia está enquadrada no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) como homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, mas tudo depende das provas e testemunhas.
Como foi o acidente
O motociclista morreu após ser atingido por um carro na Rua Paulo Setúbal, no bairro Boqueirão, pela caminhonete dirigida por Cassia. A motorista do carro, segundo testemunhas, com sinais de embriaguez, deixou o local sem prestar socorro à vítima. Um outro motorista afirmou que cruzou com a mulher, buzinou e deu sinal de luz alta para alertar que ela estava na contramão, mas ela seguiu e logo depois atingiu o motoboy.
Cassia tinha saído do Bar Fogo Cruzado pouco antes do acidente. A comanda atribuída à motorista suspeita registrou o consumo de três caipirinhas de vinho. Familiares do motociclistas mostraram à reportagem do Bem Paraná no domingo (4) postagens da suspeita no Instagram pouco antes do acidente, mostrando o consumo de bebidas e feijoada. A suspeita é digital influencer com mais de 40 mil seguidores. O perfil dela foi desativado no início da manhã deste domingo (4).
O bar Fogo Cruzado emitiu nota sobre o acidente. “Com profunda tristeza, os proprietários e responsáveis legais pelo estabelecimento comercial nome fantasia, ‘Fogo Cruzado’, diante da fatalidade acometida, vêm a público externar profundos e sinceros sentimento aos familiares e amigos da vítima fatal. Oportunidade em que esclarecem que desde os primeiros momentos, prestaram auxílio e se fizeram presentes, se colocando à disposição das Autoridade Públicas e da sociedade em geral, para ajudar, dentro dos limites legais, a esclarecer os fatos, quando for solicitado”, diz a nota, assinada por Ferreira & Klein Advogados Associados.
Amigos, familiares e um grupo grande de motociclistas protestaram na tarde deste domingo (4) na Praça Menonitas, no bairro Boqueirão, em Curitiba, pedindo justiça.
O sepultamento do corpo de Jheykson aconteceu na manhã desta segunda (5) no cemitério Memorial da Vida, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana. Ele deixa esposa e uma filha de 7 anos e trabalhava fazendo entregar para a hamburgueria da família.
