O delegado de Sarandi, Adriano Garcia, revelou que a denúncia de que uma criança de 2 anos teria sido torturada por professoras, em um Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) de Sarandi, foi feita por outra docente.
“Durante o depoimento, a mulher se emocionou bastante e chorou várias vezes ao lembrar dos detalhes”, disse Garcia.
Duas professoras estão sendo investigadas por manter a criança presa dentro de um brinquedo de plástico, no formato de um hipopótamo, de proporções pequenas. Segundo apurou a polícia, a criança saiu do objeto em pânico, com suor excessivo e passando mal, conforme apurado no inquérito.
A mulher que fez a denuncia contou que estranhou o sumiço da criança na escola. Foi quando escutou o choro vindo de dentro do brinquedo, onde uma professora estava sentada sobre a tampa. Uma outra professora teria presenciado a agressão desde o início e não fez nada para ajudar a aluna.
A mulher disse ao delegado que as suspeitas pediram para que ela não revelasse nada do que tinha presenciado. “Elas pediram para não contar nada, manter isso em segredo, quando perceberam meu espanto ao ver a criança sendo tirada do brinquedo”, disse em depoimento.
O caso aconteceu no Conjunto Alvamar, em Sarandi. Assim que a denúncia foi feita, as duas apresentaram atestados médicos. A Secretaria de Educação abriu uma sindicância e pediu o afastamento das duas, o que aconteceu quando elas retornaram as atividades. No mesmo processo, a Secretaria de Educação ainda pediu explicações à diretora da instituição de ensino, que não teria avisado os superiores, assim que soube do caso.
“As professoras ainda não foram ouvidas por nós. Sendo confirmada a denúncia, vamos tomar todas a medidas cabíveis e com rigor”, explicou Antônio Del Nero, secretário de educação de Sarandi. O Conselho Tutelar também acompanha o caso e já encaminhou a vítima para atendimento psicológico.
“Estou convencido que isso não foi apenas maus-tratos. Estou indiciando a duas por tortura”, finalizou o delegado.
O crime de tortura tem pena prevista no código penal de 2 a 8 de prisão, com agravante quando o crime é cometido contra vulnerável, por pessoas que estão na tutela e guarda da vítima. Além de presas, as professoras podem ser demitida