O prefeito de Maringá, Silvio Barros (PP), voltou a se pronunciar nesta sexta-feira (3) sobre o polêmico reajuste no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), aprovado em duas discussões na Câmara Municipal e sancionado em edição extra do Diário Oficial na noite dessa quinta-feira (2). A medida entra em vigor em 2026 e deve elevar a arrecadação anual do município em cerca de R$ 70 milhões.
Em coletiva de imprensa, Barros fez questão de afirmar que a proposta partiu do Executivo e agradeceu os vereadores pela aprovação. “Quero agradecer aos vereadores que tiveram a disposição de encarar o desgaste que estão sofrendo para aprovar um projeto do Executivo. Foi uma análise feita pela nossa Secretaria de Fazenda para recompor o orçamento do município de maneira correta”, disse.
Segundo a Prefeitura, a mudança no cálculo — com redução do desconto sobre o valor venal e reajuste da base — representará um aumento linear de 30,3% no imposto, atingindo todos os contribuintes. A projeção é que a arrecadação com IPTU suba de R$ 324 milhões para R$ 394 milhões em 2026, dentro de um orçamento estimado em R$ 3,5 bilhões pela Lei Orçamentária Anual (LOA).
“Eu assumo o desgaste”
Silvio Barros reconheceu que a medida é impopular, mas disse acreditar que a população compreenderá o reajuste. “É uma medida desgastante para qualquer gestor, mas necessária. Eu assumo a responsabilidade e tenho certeza de que a população vai entender na sequência. Nosso padrão de atendimento não pode ser o de fechar escola porque não há condições de uso, ou ter médico atendendo em consultório com goteira no teto. Isso não é o que Maringá merece”, afirmou.
O prefeito também rebateu a percepção de que o aumento de 2% na receita total do município seria pouco expressivo. Ele destacou a queda da capacidade de investimento livre nos últimos anos. “Hoje a Prefeitura tem uma capacidade de investimento que não passa de 2% do orçamento. Quando deixei a gestão, era 20%. Isso caiu porque houve transferência de recursos para custeio. É irreversível. Precisamos recompor a capacidade de investimento e precisamos de recursos próprios, não vinculados”, explicou.
Relação com o Governo do Estado
Silvio aproveitou para afastar rumores de atrito com o Governo do Paraná, responsável pela redução da alíquota do IPVA, que representará queda de cerca de R$ 102 milhões em repasses a Maringá a partir de 2026.
“Em nenhum momento estamos reclamando da decisão do governador. Eu, como cidadão, tive meu IPVA reduzido, como vou reclamar? Maringá só tem gratidão ao governo estadual. Mas a obrigação de recompor o orçamento é nossa. Não podemos repassar essa responsabilidade a outros”, reforçou.
Com informações de Maringá Post.