DESTAQUES DO DIA

População da Argentina não contém euforia na recepção aos tricampeões

Tricampeã após triunfar na final da Copa do Mundo no Catar sobre a França, a seleção argentina foi recebida pela população do país nesta terça-feira, em Bueno Aires, em clima de incontida euforia.

Milhares de torcedores extasiados deram as boas-vindas aos heróis da ‘albiceleste’ desde que o avião que transportava Lionel Messi e seus companheiros da seleção campeã do mundo pousou no aeroporto de Ezeiza.

A capital argentina está em festa desde a dramática vitória sobre a França na final de domingo no Catar, que deu ao país sua primeira conquista da Copa do Mundo desde que Diego Maradona ergueu o troféu 36 anos atrás.

Os jogadores, com as medalhas de ouro em volta do pescoço e se revezando para segurar o troféu da Copa do Mundo no alto, acenaram para os torcedores de um ônibus aberto enquanto as luzes de milhares de telefones celulares brilhavam e as bandeiras tremulavam na

Do ônibus que abria caminho lentamente pela multidão, os jogadores exibem com orgulho o troféu conquistado contra a França no domingo. A carreata, que começou pouco antes do meio-dia, percorreria 70 quilômetros e calcula-se que pode durar mais de oito horas.

“Para mim, só de vê-los passar já é muito. Se Messi olhar nos nossos olhos, para a câmera, já está bom. Depois de tanto sofrimento, já se consagraram”, comemorou Valentín Pino, de 19 anos, à AFP.

No centro de Buenos Aires, um vaivém de torcedores com bandeiras do país por todos os lados. Buzinaços, cornetas e cânticos, como o popular “Muchachos”, hino não oficial da Argentina no Mundial. O governo decretou feriado nacional para facilitar a participação do povo na festa.

“Vou ao Obelisco porque a Argentina ganhou. Faziam 36 anos que não ganhava. Eu tinha seis anos quando ganhou, em 1986. Não posso explicar com palavras, só com emoção”, disse Paola Zattera, um funcionária pública de 43 anos.

“Bom dia”, escreveu o capitão Messi em uma publicação em suas redes sociais com uma foto na cama abraçado à Copa do Mundo, como uma criança e seu brinquedo favorito.

As autoridades desdobraram um esquema de segurança com desvios de trânsito e postos policiais para evitar incidentes ao longo do percurso. Entre tambores, bandeiras e camisas com o número 10 de Messi, famílias inteiras passaram a noite procurando o melhor lugar para acompanhar a passagem de seus ídolos, mesmo que brevemente.

No centro da capital há muitas pessoas que vieram de outras cidades, tão distantes como Bariloche (na Patagônia, ao sul), ou de Rosário, terra de Messi e Ángel Di María, e dos municípios da periferia de Buenos Aires.

“O povo argentino ama o futebol, e não ganhávamos o Mundial há algum tempo. Esta nova geração veio com muita força. Tive a sorte de ver Maradona jogar, eu era muito pequeno quando ele ganhou o título de 1986. Isto é um grande prêmio para o povo argentino, que merecia. Esta seleção está muito unida ao povo argentino”, disse Luciano Peralta, um comerciante de 41 anos de Rosário.

A terceira estrela chega depois de 36 anos de espera, nos quais a Argentina perdeu duas finais, em 1990 e 2014.