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Pneumologista explica a relação entre asma e bronquite crônica

No inverno, gripes são comuns e, se não tratadas, podem evoluir para bronquite ou até pneumonia. A asma, por sua vez, tem origem alérgica e pode provocar crises intensas, exigir internações e causar complicações pulmonares. A Rádio  Nacional conversou sobre o assunto com o presidente da Comissão de Asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia,  o pneumologista especializado em bronquite Emílio Pizzichini. Ele explica que a asma é geralmente a principal causa de bronquite crônica. 

Muitos pacientes descobrem tardiamente por exames que a bronquite que tiveram lá na infância é uma doença crônica. O que eles devem fazer a partir daí? 

Emílio Pizzichini – Bronquite é um termo médico que indica que o brônquio está inflamado. A causa mais frequente de bronquite são infecções respiratórias. No inverno a gente tem gripes resfriados. Isso inflama os brônquios e faz com que a pessoa tenha tosse, catarro, pressão no peito, chiado, às vezes, que são sinais de bronquite. Então, a bronquite aguda é geralmente por infecção respiratória. Contudo, a gente tem um outro tipo de bronquite que é uma bronquite crônica. Ela é causada principalmente por outras duas doenças, que são a asma e o enfisema. 

Pode detalhar a bronquite crônica? 

Emílio Pizzichini – Alergia é uma causa comum para isso. Mas a poluição ambiental é muito importante nesse assunto também. A pessoa que tem bronquite, normalmente ela tem então tosse, catarro, expectoração, chiado e aperto do peito e muitas vezes falta de ar. Dificuldade para respirar o ar. Quando a gente faz, às vezes, uma radiografia, uma tomografia, uma ressonância, vem lá que você tem bronquite. Ele simplesmente identifica que o teu brônquio, que a gente olha nesses exames, ele está espessado, com a espessura aumentada e, às vezes, tem secreção no interior do brônquio.

Falando em diagnóstico, como identificar e tratar bronquite na infância? 

Emílio Pizzichini – Asma é causa mais comum de bronquite crônica na infância, normalmente a gente faz diagnóstico com um exame chamado espirometria. É uma prova que mede a função do pulmão. Porque a pessoa que tem bronquite, puxar ou soltar o ar do pulmão não esvazia o pulmão de ar e ela tem dificuldade de respirar. Quando eu faço esse exame que mede a capacidade pulmonar, eu vejo que a capacidade pulmonar de trazer oxigênio para a pessoa diminui. Isso faz com que ela tenha falta de ar.

Em 21 de junho foi o Dia Nacional de Controle da Asma. Quais sinais alertam para esse problema e como é o tratamento para os pacientes?

Emílio Pizzichini – Asma é o exemplo clássico de uma bronquite crônica. É uma doença que aparece e desaparece. A pessoa tem episódios que pode ser durante a semana, pode ser durante o mês ou pode ser durante o ano. Você falou no início da entrevista no inverno. Isso aparece bastante. Sim, a pessoa durante o inverno, por causa da umidade, por causa da exposição à alergia e outros fatores, ela tem mais episódios sintomáticos de falta de ar, de cansaço, de chiado no peito.

É possível ter bronquite e asma ao mesmo tempo? E como proceder nesses casos? 

Emílio Pizzichini – Durante muito tempo no Brasil o diagnóstico da pessoa que tinha esses sintomas que eu referi apontava bronquite. Mas bronquite é um termo inespecífico. Ele não indica nenhuma doença em particular. Você tem que dizer bronquite devido ao quê? Então, na infância e na idade de adolescência, a causa mais comum de bronquite é a asma. É uma doença inflamatória dos brônquios, que a alergia tem um impacto muito importante nisso e que ela é uma doença que varia nos períodos do ano e varia de acordo com as condições ambientais e com a exposição às coisas do meio ambiente, como poeira. Essa bronquite da asma tem que ser tratada com agentes anti-inflamatórios. Geralmente esses agentes são bombinhas. Eles vão desinflamar o brônquio. Desinflamando o brônquio desaparecem os sintomas.


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