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PMs que abordaram quatro adolescentes em Ipanema viram réus

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Os dois policiais militares que abordaram quatro adolescentes, sendo três negros e um branco em Ipanema, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, vão responder pelos crimes de ameaça e constrangimento. A denúncia feita pelo Ministério Público do estado e a Auditoria de Justiça Militar, excluiu o crime de racismo.

Os três adolescentes negros são filhos de diplomatas do Canadá, Gabão e Burkina Faso. 

Segundo a denúncia, aceita pelo juiz Leonardo Rodrigues da Silva, os sargentos Luiz Felipe dos Santos Gomes e Sérgio Regattieri Fernandes Marinho abordaram as vítimas de forma truculenta, no dia 3 de julho último. Os jovens entravam em um prédio na Rua Prudente de Morais quando uma viatura da PM parou sobre a calçada e os policiais desceram com armas em punho.

O grupo foi obrigado a encostar na parede para revista. Segundo a ação penal, enquanto o PM Regattieri realizava a segurança do local, o outro revistou os adolescentes.

O promotor de Justiça Paulo Roberto Mello Cunha Júnior chama atenção para o fato de que, antes de deixar o local e nada ter encontrado na revista, o policial militar Luiz Felipe disse às vítimas que não deveriam sair de casa naquele horário e que, na próxima revista, poderia ser pior.

A advogada Raquel Fuzaro, que representa as famílias dos adolescentes, sustenta que houve, sim, crime de racismo, o que não deve ser banalizado.

Na época, a abordagem provocou um incidente diplomático. O Itamaraty pediu desculpas às famílias dos meninos. O processo está sob sigilo.

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