CIDADE

Período de chuvas se aproxima no horizonte e preocupa maringaenses

Com a chegada da primavera neste mês, aproxima-se o período de chuvas no Paraná. Na verdade, outubro e novembro são conhecidos pela alta incidência de temporais com ventos fortes no Estado. Não à toa, o maringaense começa a ficar preocupado diante da possibilidade de novos alagamentos e dificuldade para se locomover pelas ruas e avenidas.

Inclusive, na sexta-feira, 8, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou um alerta amarelo (“perigo potencial”) envolvendo risco de tempestade, ventos intensos e queda de granizo em diversos municípios do Estado.

O histórico recente com pontos de inundação na Cidade Canção prejudica e influencia diretamente a todos. Visando entender o porquê a cidade sofre tanto com esses problemas de alagamentos fomos ouvir e saber de autoridades o que está sendo realizado e o que pode ser feito para diminuir esses danos à população.

A diretora-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ipplam), Bruna Barroca, explica que foi criada uma comissão especial que visa estudar e elaborar alternativas pontuais para melhorar a eficiência dos sistemas de drenagem em toda a cidade. A ação é em conjunto com o Instituto Ambiental de Maringá (IAM) e as secretarias de Infraestrutura, Limpeza Urbana, Obras e Urbanismo e Habitação com foco em situações de grande volume de água em pouco tempo. “Nós identificamos alguns lugares no município que precisariam, por exemplo, de ‘aplicações soluções baseadas na natureza’, termo que a gente usa para os ‘jardins de chuva’, que nada mais são que áreas que possuem uma vegetação e que servem como sistema de infiltração da água da chuva para o solo”, salienta.

Outro estudo em andamento é fazer o direcionamento dos pontos de micro alagamentos para que a água escorra desses locais críticos para as áreas em que o solo possa absorver melhor o grande volume de chuvas. A comissão também trata de outro projeto com caixas de retenção utilizadas quando as chuvas vêm muito fortes e necessitam de escoamento imediato. “Essa água é direcionada diretamente para as galerias”, completa a diretora-presidente. A retenção serviria para liberar a água para o sistema de drenagem do município de forma gradual e controlada.

 

GRANDE PORTE

A secretária de Obras Públicas, Jocelei Tozetto Menon, comenta que recentemente foram finalizadas obras de grande porte visando ampliar a capacidade do sistema de drenagem na cidade. Foram realizados os trabalhos na Rua Adolpho Contessotto, próximo ao Hospital Municipal e na Avenida São Paulo, nas proximidades da Praça do Avião, totalizando um investimento de R$ 3 milhões. Outros trechos da região também receberam o cuidado e mais obras estão ocorrendo, é o que destaca a secretária. “Eu tenho uma grande obra em andamento na Zona 6 da cidade entre a Avenida Paranavaí na altura da linha do trem. Foi feito uma contenção para a estabilização do talude [terreno inclinado que serve como base de sustentação ao solo]”.

Nessa região estão sendo investidos mais de R$ 5 milhões na complexa obra que já necessitou de uma transposição da linha férrea subterrânea, já que não se pode interromper a passagem dos trens. Também em conjunto com a secretaria de obras e Ipplam, a secretaria de infraestrutura trabalha na limpeza de bocas de lobo e galerias. Só no ano passado o município fez a retirada de 800 toneladas de resíduos e entulhos. “Isso dá o resultado muito positivo também nesses alagamentos pontuais que nós temos tido nessas chuvas de alta intensidade”, explica Jocelei.

A Secretaria de Urbanismo e Habitação (Seurbh) também está atenta a esse problema que Maringá enfrenta e já trabalha para que os empreendimentos elaborem nos projetos, caixas de contenções auxiliando e amenizando ainda mais com o passar dos anos os alagamentos. É o que argumenta a secretaria. “É um grupo de trabalho, com várias secretarias pensando para que a gente possa realmente ter o resultado. A administração está muito preocupada com isso, nós estamos sendo muito cobrados pelo Ulisses para que as coisas atendam essas ocorrências”, finaliza.

 

VIVEU NA PELE

Conversamos também com a comerciante Eveli Inês da Silva que trabalha e presencia os alagamentos no entorno do Parque do Ingá há sete anos. Ela conta que, quando começa a chover, rapidamente o local fica inundado e é obrigada a fechar seu comércio pelo risco das quedas de árvores, grande volume de chuva e também dos jatos d’água dos carros que passam na avenida São Paulo. Inês reclama que é muito rápido o alagamento e leva muito tempo para o nível de água baixar. “É coisa de dez minutos quando a chuva está forte, então ela já vem com força. Para a água escoar é bem demorado, vai empoçando e até ela sair de vez demora”. A comerciante também destaca o risco e o medo das quedas de árvores na região.

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