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Paraná confirma dois casos de intoxicação por metanol e investiga quatro suspeitas; uma delas de Maringá

Foto: Valquir Kiu Aureliano/Prefeitura de Curitiba

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) confirmou, nesta segunda-feira (6), dois casos de intoxicação por metanol após ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas. As vítimas são homens de 60 e 71 anos, ambos moradores de Curitiba, que permanecem internados em hospitais da capital.

Outros quatro casos seguem sob investigação, sendo:

  • um homem de 36 anos, de Curitiba;

  • uma mulher de 31 anos, de Foz do Iguaçu (já recebeu alta);

  • um homem de 19 anos, de Cruzeiro do Oeste, internado em Umuarama;

  • e um homem de 37 anos, de Maringá — o primeiro caso suspeito registrado na cidade.

As amostras biológicas dos pacientes estão sendo analisadas pela Polícia Científica do Paraná, conforme protocolo da Sesa. Segundo o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, o Estado mantém “monitoramento rigoroso de todos os casos, garantindo atendimento rápido e de qualidade”.

Procon intensifica fiscalização em Maringá

Em meio às investigações, o Procon de Maringá reforçou as ações de fiscalização em distribuidoras e estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas.
Na última sexta-feira (3), 136 garrafas de destilados com irregularidades foram apreendidas, 90 delas sem nota fiscal. Segundo a coordenadora do órgão, Audilene Rocha, os produtos apresentavam indícios de falsificação e produção clandestina.

“Verificamos selos de importação, registros do Ministério da Agricultura e contrarrótulos. As garrafas que não possuem comprovação de origem são apreendidas e encaminhadas para análise. Nosso objetivo é proteger o consumidor e prevenir novas ocorrências de intoxicação”, destacou Audilene.

As ações continuam nesta semana e envolvem 88 distribuidoras registradas na cidade.

Envio de antídoto e protocolos médicos

O Ministério da Saúde enviou ao Paraná 160 ampolas de etanol farmacêutico, utilizado como antídoto contra intoxicação por metanol. O medicamento é encaminhado diretamente aos hospitais que notificam casos à Sesa.

Cada tratamento requer doses específicas conforme o peso e o quadro clínico do paciente — em situações graves, uma pessoa pode precisar de até 100 ampolas em 24 horas.
Os dois pacientes confirmados no Estado já receberam o antídoto, e o governo estadual aguarda novo envio de medicamentos para manter o estoque.

Investigações e origem das bebidas

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e a Polícia Científica investigam a origem das bebidas consumidas pelos pacientes. Em Curitiba, garrafas foram apreendidas no local onde um dos intoxicados teria adquirido o produto.
A principal linha de investigação aponta que o próprio paciente pode ter misturado álcool combustível à bebida, provocando o quadro grave de intoxicação. Até o momento, não há indícios de bebidas adulteradas sendo vendidas no comércio formal, mas as autoridades seguem apurando possíveis pontos clandestinos.

Sintomas e cuidados

A Sesa alerta que não é possível identificar o metanol pelo cheiro ou sabor, e os sintomas iniciais podem surgir entre 6 e 24 horas após a ingestão:

  • dor de cabeça intensa;

  • náuseas e vômitos;

  • tontura, sonolência e confusão mental.

Em casos graves, podem ocorrer:

  • dor abdominal intensa,

  • alterações visuais (como visão turva e cegueira),

  • dificuldade respiratória, convulsões e até coma.

Orientações à população

A Sesa reforça que qualquer pessoa com sintomas suspeitos deve procurar atendimento médico imediato e notificar o caso aos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) do Estado:

  • Curitiba: 0800 041 0148

  • Londrina: (43) 3371-2244

  • Maringá: (44) 3011-9127

  • Cascavel: (45) 3321-5261

Além disso, a população deve adotar medidas preventivas:

  • adquirir bebidas apenas em locais confiáveis;

  • desconfiar de preços muito abaixo do mercado;

  • verificar lacres, rótulos e selos do MAPA;

  • exigir sempre nota fiscal para garantir rastreabilidade.

O Estado segue em alerta máximo, com integração entre as forças de segurança, vigilância sanitária e órgãos de defesa do consumidor para evitar novas ocorrências.

Com informações de AEN e GMC.

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