A Polícia Civil do Paraná investiga a morte de Silvana de Bruno, de 66 anos, que faleceu após se submeter a procedimentos estéticos realizados por um estudante de biomedicina, em Curitiba. Segundo as apurações, a vítima pagou R$ 15 mil pelas intervenções, que incluíam plasma facial, lipo de papada e lipoenxertia nos seios.
O responsável pelos procedimentos, um jovem de 21 anos, é investigado por exercício ilegal da medicina e homicídio com dolo eventual — quando se assume o risco de causar a morte. De acordo com a polícia, ele não possui registro profissional e realizava atendimentos em salas alugadas por diária, localizadas nos bairros Centro, Campo Comprido e Cabral.
Procedimentos e agravamento do quadro
De acordo com familiares, Silvana acreditava estar sendo atendida por um profissional formado em odontologia e biomedicina, títulos que o suspeito dizia possuir. Após os procedimentos, ela apresentou infecção generalizada e choque séptico, sendo internada em um hospital da capital.
Durante o tratamento, precisou passar por uma mastectomia total, com a retirada completa das mamas e parte do tecido do tórax, mas não resistiu às complicações.
A filha de Silvana lamentou a perda e fez um apelo por justiça:
“Ele precisa ser parado para que outras famílias não sofram o que estamos sofrendo por perder nossa mãe.”
Investigação e apreensões
As investigações apontam que o estudante divulgava seus serviços nas redes sociais, oferecendo preenchimento labial, aplicação de colágeno e outros procedimentos invasivos. Em uma das salas onde ele atuava, a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária apreenderam seringas, medicamentos e materiais utilizados nos atendimentos.
A polícia estima que o suspeito vinha realizando os procedimentos há pelo menos oito meses.
O estudante compareceu à delegacia nesta segunda-feira (13), mas optou por permanecer em silêncio durante o depoimento. Sua defesa afirma que ele compareceu espontaneamente e que está colaborando com as investigações.
A delegada responsável informou que ainda serão ouvidas testemunhas, profissionais de saúde que atenderam Silvana e analisados os laudos de necropsia e prontuários médicos.
Sem registro profissional
Segundo o Conselho Regional de Biomedicina (CRBM), o investigado não possui inscrição profissional e já havia sido denunciado anonimamente no início de 2025.
O presidente do CRBM, Thiago Massuda, afirmou que o suspeito não apresentou nenhum documento que comprovasse sua formação e que o caso foi encaminhado ao Ministério Público.
“Ele fazia procedimentos de dentista, biomédico e até de médico, sem ter formação em nenhuma dessas áreas”, disse a delegada.
O Ministério Público do Paraná ainda não informou se instaurou investigação formal contra o suspeito.
Com informações de G1.