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MP deflagra operação contra policiais acusados de cobrar propina; dois são presos e oito afastados

Foto: Divulgação/MPPR

O Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Guarapuava, deflagrou nesta terça-feira (3) a Operação Rota 466, que apura a prática de concussão, organização criminosa e lavagem de dinheiro envolvendo policiais militares rodoviários atuantes na PR-466, entre Guarapuava e Pitanga.

Ao todo, foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão e um de busca pessoal em 10 cidades: Guarapuava, São José dos Pinhais, Prudentópolis, Pitanga, Laranjeiras do Sul, Ponta Grossa, Mauá da Serra, Cascavel, Pinhão e Manoel Ribas. As ações tiveram como alvo 20 pessoas e três empresas, com ordens expedidas pela Vara da Auditoria da Justiça Militar.

Propina por Pix e grupo de saqueadores

De acordo com as investigações, os policiais abordavam motoristas por infrações de trânsito e exigiam propina para não autuar os condutores. Os valores extorquidos variavam entre R$ 150 e R$ 5 mil, pagos por meio de transferências via Pix para contas bancárias de terceiros, utilizados como laranjas. Em um único dia, uma das contas chegou a receber sete transferências.

As investigações revelaram também que os policiais atuavam em conluio com grupos de saqueadores e receptadores de cargas tombadas na rodovia. Em alguns casos, os policiais teriam permitido que esses grupos agissem mesmo após a chegada da guarnição no local do acidente.

Prisões e afastamentos

Durante a operação, duas pessoas foram presas em flagrante por posse ilegal de armas e munições. Também foram apreendidos celulares, dois veículos e cerca de R$ 37 mil em espécie.

Além disso, oito policiais militares foram afastados das funções operacionais, tendo armamentos e fardamentos recolhidos. A ação contou com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar do Paraná.

O Ministério Público segue com as investigações para aprofundar a participação de todos os envolvidos e responsabilizar os agentes públicos e civis ligados à organização criminosa.

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