Após passar nove meses internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), morreu o ex-deputado federal David Miranda (PDT-RJ), de 37 anos, devido a uma infecção generalizada no sistema gastrointestinal. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira, 9, por seu marido, o jornalista Glenn Greenwald, em rede social. “Ele morreu em plena paz, cercado por nossos filhos, familiares e amigos”, diz o texto.
David estava internado desde o dia 6 de agosto de 2022, na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, com uma infecção generalizada no sistema gastrointestinal. Na época, o quadro era considerado grave.
Nas redes sociais, Glenn fez uma retrospectiva da vida do marido, que perdeu a mãe logo na infância, deixando-o órfão aos 5 anos. “Mas uma vizinha linda e compassiva, Dona Eliane, acolheu-o apesar de ter 4 filhos de sua própria e profunda pobreza, tornou-se sua mãe, deu-lhe uma chance de vida”, contou o jornalista.
Além do marido, Miranda deixa três filhos. “Mas de longe o maior sonho de David, o que lhe dava maior orgulho e propósito, era ser pai. Ele era o pai mais dedicado e amoroso. Ele me ensinou a ser pai. E nossos meninos verdadeiramente excepcionais – com seu próprio começo de vida difícil – é seu maior legado”, disse Glenn.
David Miranda e a militância política
Já ativo na militância política e na defesa pela causa LGBT, David ingressou definitivamente na política nas eleições de 2016, quando disputou por uma vaga pelo PSOL na Câmara dos Municipal do Rio de Janeiro. Foi eleito com mais de 7 mil votos, sendo um dos seis parlamentares no partido na cidade. Sua vitória fez com que ele se transformasse no primeiro vereador gay assumido da cidade do Rio de Janeiro.
Quatro anos depois, Miranda disputou por uma vaga na Câmara dos Deputados, ficou como primeiro suplente da coligação PSOL-PCB, com um pouco mais de 17 mil votos. Mesmo com um resultado insuficiente para assumir a posição de titular, David chegou à Câmara dos Deputados para assumir a vaga deixada por Jean Wyllys (PSOL-RJ), que desistiu de assumir o seu terceiro mandato e optou por deixar o País, diante do número crescente de ameaças que passou a receber desde a eleição do então presidente Jair Bolsonaro