Ao chegar pela primeira vez à terceira fase da Copa do Brasil, o Maringá Futebol Clube não tomou conhecimento que o Flamengo é o atual campeão da competição e goleou o clube carioca, campeão mundial e campeão da América, por 2 a 0, brindando os 15 mil torcedores que lotaram o estádio Willie Davids na noite desta quinta-feira, 13. Com esta vitória maiúscula, o Maringá fará o jogo da volta podendo até perder pela diferença de um gol no dia 27 no Maracanã.
Contribuiu muito para a vitória maringaense a crise que atinge o Flamengo, que perdeu quatro decisões em apenas três meses. O time está sem técnico desde domingo, quando o técnico português Vitor Ferreira foi demitido após o time ser goleado pelo Fluminense na final do Campeonato Carioca. Dirigido pelo treinador do sub-20, Mário Jorge, o time que esteve em campo contra o Maringá se mostrou totalmente desarticulado, com um meio de campo que parecia não existir e um ataque – formado por jogadores da Seleção Brasileira – que não recebia a bola.
O craque Gabigol fez as poucas jogadas perigosas do Flamengo, quase não recebia bola e seus poucos ataques morreram no goleiro Dheimison, sem grande esforço. O sempre perigoso e decisivo Pedro quase não recebeu bolas e muito pouco pode fazer.
Para o clube campeão mundial, coube ouvir seu principal craque, Gabigol, deixar o campo sob vaias e o resto do time vai demorar para esquecer os gritos de “olé!” da torcida maringaense.
Além da vitória, teve olé!
O técnico Jorge Castilho disse que o jogo com o Flamengo era o mais importante de sua carreira de técnico, bem como o mais importante da história do Maringá FC, que pela primeira vez chegou à terceira fase da Copa do Brasil. Agora, além de mais importante, o jogo é inesquecível e fica na história.
O time de Castilho mostrou ao Flamengo desde o início que não ia encontrar facilidade no Willie Davids. Logo nos primeiros minutos, o Maringá partiu para o ataque, levando risco ao gol de Santos. O Flamengo também atacou, mas foi o dono da casa quem aproveitou melhor as falhas do adversário.
Aos 37 minutos, uma bola levantada na área por Raphinha encontrou a defesa flamenguista desorganizada, Bianqui subiu e testou para o chão. O zagueiro Davi Luiz se assustou e, ao tentar afastar, tocou para o gol, marcando contra.
Com a vantagem no placar, o Maringá FC dominou a partida e assistiu um Flamengo que não conseguia chegar à área maringaense. O Rubro-Negro se limitou a alguns chutes de longa distância, geralmente por Gabigol, chutes que nem de longe significaram algum perigo para Dheimison.
A noite era de Bianqui
Bianqui, o jogador mais regular do ataque do Maringá na temporada, foi considerado o melhor jogador em campo pela imprensa de Maringá e do Rio de Janeiro que cobriu a partida. Além de responsável pelo primeiro gol, ele fez a jogada que levou ao segundo gol do Maringá FC. Depois de tirar os zagueiros da jogada, ele tocou para Serginho marcar. E o goleador não perdeu e marcou seu segundo gol na Copa do Brasil.
A partir do segundo gol, o técnico Jorge Castilho, com a leitura dos pontos falhos do adversário, fez importantes alterações, com a entrada de Bruno Lopes no lugar de Luiz Tiago, saiu Serginho para a entrada de Moraes e Romarinho, estreante da noite, substituiu Bianqui e não decepcionou. Os jogadores que entraram intensificaram as jogadas de ataque e praticamente não deixaram o Flamengo sair de seu campo. Foram raros os casos de subida flamenguista, quase sempre com Pedro. Mas, foram subidas que não tiveram a menor importância.