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Justiça ouviu crianças e adolescentes que vendiam pizzas para pastores de Maringá

A Justiça ouviu nesta quarta-feira (17), as vítimas e testemunhas do caso dos três pastores religiosos que foram presos acusados de organizar um esquema de vendas de pizzas para a igreja utilizando trabalho escravo infantil, em Maringá. Os líderes foram presos em julho deste ano durante uma operação do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria). Ao todo, são pelo menos, 14 vítimas entre crianças e adolescentes, segundo o Nucria. Essa é a primeira audiência do caso e está acontecendo nesta tarde de forma online. Além dos três líderes religiosos, uma secretária também foi presa na época. Os quatro respondem o processo em liberdade e estão usando tornozeleira eletrônica. Segundo a Justiça, outras quatro audiências deverão ser realizadas entre 2021 e 2022 para ouvir todos os envolvidos no processo.

De acordo com o Nucria, os suspeitos foram indiciados por subtração de incapaz, associação criminosa e tráfico de pessoas com finalidade de submeter a trabalho em condição análoga à de escravo. A investigação ainda constatou que algumas das vítimas ficaram fora da escola por um período. Ao Conselho Tutelar, elas relataram que tinham um dia da semana para fazer as tarefas escolares. Num dos casos apurados pela investigação, uma vítima de 13 anos foi levada para trabalhar como doméstica na casa dos pastores.

Segundo o Nucria, os líderes religiosos presos na operação se aproveitavam das condições econômicas e emocionais das famílias das crianças e aliciavam as vítimas para que vendessem as pizzas. Durante a operação, os policiais encontraram uma arma de fogo sem registro no templo e um bastão de madeira, que segundo a polícia, era usado para ameaçar e agredir crianças e adolescentes. A reportagem está tentando falar com a defesa dos pastores e da secretária deles, mas até por volta das 14h30 não havia sido possível o contato.

Por: CBN Maringá