O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou, nesta quinta-feira (15), o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão, proferida pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, também atinge toda a diretoria da entidade e nomeia Fernando Sarney, vice-presidente da CBF, como interventor responsável por convocar novas eleições “o mais rápido possível”.
A medida ocorre após a deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), conhecida como Daniela do Waguinho, questionar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) a validade do acordo que legitimou a eleição de Rodrigues em 2022. Segundo a petição, houve falsificação da assinatura de um dos signatários do acordo — o ex-presidente da CBF, Coronel Nunes, apontado também como mentalmente incapaz no momento da assinatura.
“Declaro nulo o acordo firmado entre as partes, homologado outrora pela Corte Superior, em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários”, escreveu o desembargador Zéfiro. Com a anulação, a atual administração é considerada ilegítima.
A decisão judicial acontece poucos dias após Ednaldo anunciar, no Congresso da FIFA no Paraguai, a contratação de Carlo Ancelotti como técnico da Seleção Brasileira a partir de 2024. No entanto, segundo Fernando Sarney, que assume a presidência de forma provisória, esse acerto não será alterado: “O futebol segue sua vida. Sou apenas transitório”, afirmou.
Reação de Ednaldo
Ainda na noite de quinta-feira, Ednaldo Rodrigues protocolou no STF um pedido para que a decisão do TJ-RJ seja anulada. No documento, também solicita que, caso não retorne ao cargo, o estatuto da CBF seja respeitado, o que garantiria a sucessão ao vice-presidente mais idoso, Hélio Menezes, e não a Fernando Sarney, seu opositor.
A defesa argumenta que a medida do TJ-RJ fere decisão anterior do ministro Gilmar Mendes, que reconduziu Ednaldo ao cargo em janeiro de 2024. Um novo julgamento no STF sobre a legalidade do acordo entre a CBF e o Ministério Público está marcado para o dia 28 de maio.
Entenda o caso
O centro da polêmica é o acordo firmado no início de 2022, que garantiu a validade da eleição de Ednaldo Rodrigues. A assinatura do Coronel Nunes, um dos cinco signatários do pacto, foi colocada sob suspeita após perícia apontar possível falsificação. A alegação foi apresentada tanto por Daniela Carneiro quanto por Fernando Sarney, atual interventor e ex-aliado de Ednaldo.
Ednaldo já havia sido afastado anteriormente em dezembro de 2023, mas conseguiu retornar ao cargo em janeiro por decisão liminar do STF. Agora, enfrenta novo embate judicial, e seu futuro na entidade dependerá de novos desdobramentos na Corte Suprema.