Após um breve cessar-fogo que permitiu a libertação do refém israelo-americano Edan Alexander, de 21 anos, as forças israelenses retomaram com força total os ataques contra a Faixa de Gaza. De acordo com autoridades de saúde locais, ao menos 70 palestinos foram mortos nesta quarta-feira (14), na mais recente onda de bombardeios, que atingiu principalmente o norte do território.
Os ataques intensificados coincidem com a visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Oriente Médio, frustrando as expectativas de que sua presença pudesse impulsionar um caminho para a contenção da violência.
Entre as áreas mais atingidas estão Jabalia e Beit Lahiya, no norte de Gaza, onde diversas casas foram bombardeadas. Testemunhas relataram cenas de pânico, com mulheres e crianças entre os mortos e feridos. Ainda nesta quarta-feira, um ataque aéreo atingiu uma escavadeira que se aproximava da área do Hospital Europeu, ferindo várias pessoas.
Na terça-feira (13), Israel já havia conduzido uma série de bombardeios após anunciar que a operação militar entraria em nova fase. Em declaração oficial, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o Exército iria “entrar com força total para concluir a operação” e reforçou que a guerra contra o Hamas só se encerrará com a “destruição completa do grupo”.
Entre os alvos dos ataques israelenses estavam dois hospitais em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), o Hospital Europeu e o Hospital Nasser estariam sendo utilizados como centros de comando e controle do Hamas. O exército também afirmou que o jornalista palestino Hassan Aslih, supostamente envolvido nos ataques de 7 de outubro de 2023, estaria entre os alvos. O Hamas nega o uso de estruturas civis para fins militares.
A imprensa israelense citou fontes de segurança que acreditam que Mohammad Sinwar, líder militar do Hamas e irmão de Yahya Sinwar, morto em 2023, possa ter sido atingido em um desses bombardeios. A informação, no entanto, não foi confirmada oficialmente por Israel nem pelo Hamas.
Como resposta a disparos de foguetes contra o sul de Israel, reivindicados pelo braço armado da Jihad Islâmica, o Exército israelense emitiu ordens de evacuação para os moradores de Jabalia e Beit Lahiya, advertindo sobre bombardeios iminentes. Dois foguetes foram interceptados, e um terceiro caiu em área desabitada, segundo as IDF.
Em meio à escalada, a população civil em Gaza enfrenta mais uma vez um agravamento da crise humanitária, com hospitais danificados, deslocamento forçado de famílias e aumento do número de mortos e feridos.
O cenário atual coloca em dúvida a possibilidade de uma trégua duradoura, enquanto a comunidade internacional observa com crescente preocupação o agravamento do conflito.