Uberto Gama, o guru de 63 anos, preso desde abril de 2025, foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por praticar uma série de crimes, incluindo violência sexual, psicológica, estupro de vulnerável e tortura, com vítimas que estariam sob sua influência em uma chácara em Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba, e em uma clínica na capital paranaense. A denúncia recente inclui 20 novos crimes cometidos contra 16 vítimas, abrangendo o período de 2005 a 2024.
Segundo a promotora de Justiça, Tarcila Santos, Uberto Gama se utilizou de sua posição como líder espiritual para manipular suas vítimas e abusar delas de forma contínua. As acusações contra o guru incluem 12 casos de violação sexual mediante fraude, 3 de violência psicológica contra mulheres, 4 de estupro de vulnerável e 1 de tortura.
As vítimas, muitas das quais eram parte do clã liderado por Uberto, eram manipuladas para acreditar que ele possuía uma energia espiritual que elas precisavam para sua evolução pessoal. O guru usava apelos emocionais e situações de fragilidade, como problemas familiares e de saúde, para convencer suas vítimas a aceitar os abusos.
Dominação religiosa e controle
Além de abusar sexualmente das vítimas, o guru também era acusado de controlar outros aspectos da vida delas. Ele organizava casamentos dentro de seu grupo, decidia sobre a profissão de seus seguidores e impunha uma doutrinação religiosa que os mantinha sob seu domínio. A promotora detalhou que, quando as vítimas questionavam suas ações, Uberto as manipulava emocionalmente, colocando-as contra si mesmas e minando sua capacidade de resistência.
A prisão de Uberto Gama aconteceu após cinco vítimas denunciarem o abuso ao MP-PR. A partir das denúncias iniciais, outras vítimas se apresentaram, levando à ampliação das investigações. O caso foi descoberto graças à coragem das vítimas que, após o caso ganhar repercussão pública, buscaram ajuda das autoridades.
Defesa de Uberto Gama
A defesa do guru, representada pelos advogados Mariel Muraro e Rafael Augusto da Silva, nega as acusações e sustenta que a denúncia é “mera peça informativa” que não reflete a realidade dos fatos. De acordo com os defensores, a verdade será esclarecida durante o processo judicial. No entanto, o MP-PR e a Polícia Civil seguem com as investigações e incentivam outras vítimas a se apresentarem.
Possíveis novas vítimas e apoio psicológico
O MP-PR reforça que outras vítimas podem fazer denúncias no Núcleo de Apoio à Vítima de Estupro (Naves), e que todos os relatos serão tratados com a devida confidencialidade. O número de contato para denúncias é (41) 3250-4022, e o e-mail é naves.mp@mppr.mp.br.
O caso continua sendo tratado com sigilo, e Uberto Gama permanece preso enquanto as investigações prosseguem.