O Ministério Público do Paraná, por meio do Gaeco de Maringá, cumpriu nesta quinta-feira (26) uma série de mandados em três investigações distintas relacionadas a fraudes na obtenção e renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Paraná. A operação, denominada Visão, apura crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, e corrupção ativa e passiva envolvendo agentes públicos, particulares e empresas do setor de trânsito.
Medidas cumpridas
Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, quatro de monitoração eletrônica, 14 de busca e apreensão domiciliar, quatro de afastamento de funções públicas e um de suspensão das atividades econômicas de uma clínica. Durante a execução das ordens judiciais, a polícia descobriu e fechou um Centro de Formação de Condutores (CFC) clandestino e prendeu em flagrante um médico investigado por posse ilegal de armas de fogo.
As medidas judiciais foram expedidas pela 1ª Vara Criminal de Sarandi, pela Vara Criminal de Santa Fé e pela Vara Criminal de Engenheiro Beltrão, sendo cumpridas em várias cidades do Paraná, incluindo Sarandi, Maringá, Santa Fé, Centenário do Sul, Lupionópolis, Engenheiro Beltrão, Peabiru e São Jorge do Ivaí. A operação contou com o apoio da chefia e da Unidade de Inspeção e Auditagem do Detran.
Investigações e esquema criminoso
As investigações, que começaram no segundo semestre de 2024, surgiram após o Gaeco de Maringá identificar irregularidades em exames teóricos para renovação de CNH realizados em Ciretrans de Sarandi e Engenheiro Beltrão, além de fraudes em exames médicos realizados em uma clínica de Centenário do Sul. Com o andamento das apurações, a polícia encontrou evidências de um esquema envolvendo servidores públicos, incluindo um médico, particulares e empresas ligadas ao setor de trânsito.
Prisão de investigados
Um dos investigados, preso preventivamente nesta manhã, tem quatro condenações definitivas e responde a duas ações penais por crimes envolvendo o Detran. Outro investigado, também alvo de prisão preventiva, enfrenta três ações penais por envolvimento em fraudes no Detran.
Referência à operação
O nome da operação faz referência à deficiência visual de motoristas que, apesar de reprovados nos exames de visão, conseguiam renovar a CNH ao serem encaminhados à clínica investigada, onde eram considerados aptos a dirigir, apesar das dificuldades para enxergar. O objetivo da operação é desmantelar o esquema criminoso e evitar que mais motoristas obtenham CNH de maneira fraudulenta.