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Frigorífico Big Boi fecha, demite 800, mas deve voltar a abater bovinos

Único frigorífico da região de Maringá e considerado uma das empresas que mais empregam em Paiçandu, o Frigorífico Big Boi, que sempre trabalhou com dificuldades para estender suas escalas de abate e mesmo de atendimento das exigências sanitárias, interrompeu as operações de abate nesta terça-feira, 10, e deu início ao processo de demissão de cerca de 800 funcionários.

O Big Boi já passou pela mesma situação outras vezes nos últimos anos, mas sempre foi reativado quando se apresentaram melhores condições e a diretoria acredita que isto se repetirá mais uma vez.

Segundo a diretoria da empresa, a suspensão do abate vem sendo planejada há tempos e justifica que o frigorífico vinha trabalhando com prejuízos desde o primeiro semestre do ano passado. Antes de comunicar a interrupção dos abates, o Frigorífico Big Boi cuidou de regularizar os pagamentos aos fornecedores e organizou as rescisões dos contratos de trabalho. As rescisões são acompanhadas pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentos de Maringá e Região (Stiam).

 

Reflexos na economia de Paiçandu

Uma das dificuldades enfrentadas pelo Big Boi nos últimos anos é imposta pela falta de rebanhos no Paraná, o que obriga os frigoríficos paranaenses a fazer suas compras de boiada no Mato Grosso ou Mato Grosso do Sul, o que encarece a operação. E mesmo nos Estados vizinhos a oferta de animais não é abundante nesta época do ano devido à retenção de boiadas por parte dos pecuaristas, que aproveitam a melhor condição das pastagens para manter o gado engordando.

Vários frigoríficos paranaenses fecharam nos últimos anos pelo mesmo problema. É o caso do gigante JBS, uma das maiores empresas do setor de alimentos no mundo, que fechou a unidade que mantinha em Maringá, divisa com Paiçandu, em frente ao Big Boi.

Como nas vezes anteriores, o fechamento do Big Boi terá reflexos na economia de Paiçandu, onde mora a maioria dos quase mil funcionários da empresa. O comércio deve acusar a queda na movimentação ainda em janeiro e a situação deve se aprofundar em fevereiro, mas deve iniciar uma volta à normalidade em março, quando os demitidos já estarão novamente empregados, possivelmente em empresas de Maringá.