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Fila por leito de psiquiatria é de 94 pessoas na macrorregião noroeste

Caso estivesse operando, o Hospital Psiquiátrico de Maringá (HPM) teria a capacidade de acabar com a fila de espera de pacientes que buscam tratamento para dependência química ou transtornos mentais na macrorregião noroeste do Paraná. Atualmente, 94 pessoas aguardam um leito de internação para tratamento, enquanto o HPM, antes de ser interditado em ação do município, ofertava mais de 110 leitos.

A prefeitura de Maringá, por exemplo, oferta apenas 36 leitos de internação no Hospital Municipal. Com o fechamento do HPM, houve recuo na oferta de leitos, ocasionando dificuldades da comunidade em conseguir atendimento na região. Ressalta-se que o Hospital Psiquiátrico de Maringá é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos e que atendia 100% via SUS.

“É triste ver que pessoas que poderiam estar sendo assistidas estão me filas de espera. Temos uma estrutura completa para prestar o atendimento digno e humanizado a todos esses pacientes. Por ação política do município, novamente, quem sofre é a população mais vulnerável. Eles insistem em narrativas contra o Hospital, em vez de trazer reais soluções a comunidade que sofre. É lamentável”, destacou o vice-presidente do HPM, Maurício Parisotto.

Outro dado que chama atenção é a espera para conseguir um leito. Hoje, na região noroeste, o paciente precisa aguardar, em média, 10 dias. A escassez de leitos do Estado, sobretudo na região – com o fechamento das ofertas do HPM -, faz com que os pacientes tenham de esperar em casa, sem o suporte necessário, ou irem para clínicas particulares, cujos valores não são acessíveis a toda população.

“Quem tem um filho, uma mãe, um pai ou um irmão com dependência química, ou transtorno mental grave sabe a importância na agilidade do processo de internamento. Cada segundo conta. Estamos falando de pessoas vulneráveis que podem causar mal a si mesmas ou parentes. Ter que aguardar 10 dias para fazer a internação é um completo descaso com a comunidade”, disse Parisotto.

O vice-presidente do Hospital ressaltou ainda que, além de esperar pelos dias, o paciente pode ser internado em uma cidade mais distante, o que dificulta o acesso de visitas, o que não é bom, nem para o paciente, nem para os familiares que buscaram ajuda. Ao todo, no Estado, são mais de 600 pessoas a espera de um leito de internação em psiquiatria.

 

Assistência

Diariamente, segundo ainda o vice-presidente do Hospital, diversas pessoas se deslocam até o Hospital em busca de tratamento. Ligações pedindo ajuda para o Hospital também são constantes. Recentemente, em resposta a requerimento protocolado pelo vereador Onivaldo Barris, a prefeitura de Maringá não indicou nenhum tipo de ação para ampliar o atendimento na cidade, tão somente os 10 leitos de psiquiatria extras no Hospital Municipal.

O Hospital Psiquiátrico de Maringá teve apoio de quase 10 entidades que se manifestaram de forma favorável à reabertura. O CRM (Conselho Regional de Medicina) havia feito um laudo informando a segurança do atendimento do Hospital. O Secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, também se manifestou positivamente pela reabertura do Hospital Psiquiátrico de Maringá. Mais de 36 mil pessoas já assinaram o abaixo-assinado que pede pela reabertura do Hospital.

“A prefeitura de Maringá sobra em política e fala. Mas falta em ações que podem melhorar a saúde da comunidade. Deve ser inédito, uma administração brigar pelo fechamento de hospitais e não pela abertura deles. Esperamos que o município se compadeça da situação de centenas de pessoas na nossa cidade e região, e aceite conversar conosco para achar uma célere solução a esse problema que encaramos todos os dias”, finalizou Parisotto

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