Uma fábrica clandestina no bairro Calafate, em Belo Horizonte, operava sob a fachada de marcenaria para fabricar e distribuir fuzis ao Comando Vermelho, segundo investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgada neste domingo. O endereço já havia sido alvo da PF em 2023, quando três pessoas foram presas, entre elas Silas Diniz Carvalho, apontado como operador do esquema.
A apuração mostra uma rede que incluía outra planta industrial em Santa Bárbara d’Oeste, interior de São Paulo, com maquinário de alta precisão e capacidade estimada para até 3.500 fuzis por ano. No local, a PF apreendeu cerca de 150 armas prontas e mais de 30 mil peças. Mensagens coletadas pelos investigadores indicam remessas mensais de armamento para o Complexo do Alemão, a Rocinha, a Maré e áreas de milícia no Rio.
Imagens de 2023 mostram Silas e a esposa embalando caixas com armas. O grupo também usou o CNPJ de uma fábrica de peças aeronáuticas para dar cobertura a peças e fuzis enviados dos Estados Unidos, segundo a PF, em caixas de piscinas infláveis. O piloto Gabriel Carvalho Belchior é apontado como responsável por essa frente e está foragido, com difusão da Interpol.
Na megaoperação recente no Rio, foram apreendidos ao menos 91 fuzis de alto poder perfurante. Parte das armas segue padrão plataforma AR-15, calibre 5,56, compatível com o que era produzido no interior paulista. Entidades como o Instituto Sou da Paz registram aumento de 32% nas apreensões de fuzis no estado entre 2019 e 2023.
A polícia atribui ao esquema a produção e abastecimento de mais de mil armas longas a facções fluminenses. As perícias seguem para rastrear a origem dos fuzis recolhidos e relacioná-los às fábricas clandestinas identificadas em Minas Gerais e São Paulo.
Com informações de G1.















