As incertezas sobre a inflação no exterior e a economia brasileira mais aquecida que o esperado foram alguns dos fatores que levaram o Copom a interromper o ciclo de queda dos juros. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária foi divulgada nesta terça-feira (25).
O documento ainda mencionou a possibilidade de eventuais ajustes na política monetária.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que a ata fala apenas em pausa no ciclo de cortes.
“Transmite a ideia de que está havendo uma interrupção para avaliar cenário interno e externo, para que o Copom fique à vontade para tomar decisões, a partir de novos dados.
Para o economista e professor da UnB, Cesar Bergo, esse ajuste da política monetária já está sendo feito.
“Estava previsto, inclusive, um novo corte, de meio por cento há duas reuniões passadas, isso não aconteceu. E agora não cortou nada. E existe uma perspectiva que continue dessa forma até o final do ano. Portanto, já houve essa mudança de rota do Banco Central , com relação a tornar a politica monetária mais restritiva”.
O aquecimento da economia é uma das razões apontadas pelo Banco Central para a pressão inflacionária no Brasil. O economista e professor universitário, William Baghdassarian, explica que crescer é bom, mas se essa expansão é mais rápida do que o país dá conta vem a inflação.
“É que você começa a não ter os insumos necessários para crescer naquela velocidade. Então, por exemplo, pra você crescer 5%, 10% ou 3% ao ano, você precisa ter mão de obra disponível para que haja esse crescimento. Porque senão, o que acontece é que aquela mesma mão de obra se torna mais cara e você tem pressões para que venha mão de obra de fora, por exemplo”.
A ata do Copom voltou a dizer que a política fiscal comprometida com a sustentabilidade da dívida é importante para reduzir os riscos. E, entre os fatores externos, o comitê cita o esforço para baixar a inflação nos países com as maiores economias.
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