PARANA

Diferença no preço do pãozinho francês pode chegar a R$ 9 no Paraná

O trigo é um dos cereais mais importantes para a alimentação básica do brasileiro. Os biscoitos, macarrão e principalmente o pão fazem parte da rotina da maioria das famílias. Nos últimos tempos, contudo, esses insumos têm sofrido uma forte variação do preço por conta do aumento no preço do dólar, o que faz encarecer também o valor das compras no supermercado. Não à toa, em todas as regionais do Paraná o preço do quilo do pão francês teve alta em 2022, com diferença expressiva no custo do alimento entre as diferentes localidades.

Segundo informações do o Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o preço médio do quilo de pão francês no estado estava em R$ 11,33 no último mês com dados disponíveis (setembro). Em janeiro, contudo, esse valor era de R$ 10,13, o que aponta para uma alta de 11,9% desde o começo do ano.
Considerando-se ainda as diferentes regionais do Paraná, o preço do produto chega a variar 112%. Ou seja, o ‘pão nosso de cada dia’ pode custar mais que o dobro numa determinidade localidade em comparação com outra região do estado. Em Laranjeiras do Sul, por exemplo, o quilo do pão francês custa R$ 7,97. Em Umuarama, chega a R$ 16,90. Curitiba, por outro lado, registrou R$ 11,49, acima da média estadual, mas ainda atrás de Umuarama, Cornélio Procópio (R$ 13,72), Toledo (R$ 12,00), Jacarezinho (R$ 11,50) e Campo Mourão (R$ 11,84). Na outra ponta, as regionais com o pão francês mais barato são Laranjeiras do Sul, Pato Branco (R$ 8,73), Francisco Beltrão (R$ 9,49), Irati (R$ 9,99) e Cascavel (R$ 10,65).

Entre altas e baixas ao longo do ano de economia instável
O ano de 2022 tem sido marcado pela alta volatilidade no preço do alimento. Em janeiro, por exemplo, o valor médio do quilo de pão francês no Paraná era de R$ 10,13. Chegou a bater R$ 11,63 em agosto, mas voltou a cair em setembro, encerrando uma série de altas consecutivas.
Já em Curitiba, o alimento abriu o ano custando R$ 10,96. Chegou a atingir R$ 12,08 em junho, mas desde então vem caindo seguidamente e no último mês estava em R$ 11,49 (o que ainda aponta para uma alta de 4,81% na comparação com o início do ano).
Uma série de fatores podem explicar esse movimento de ‘vai e vem’. É que o alimento passou por muitas variáveis desde o início da pandemia e acabou sendo especialmente impactado pela Guerra da Ucrânia, que envolveu três dos principais exportadores da commodity (a Ucrânia, Rússia e Belarus) e fezos volumes comercializados caírem e, com isso, os preços dispararem.
Nas últimas semanas, contudo, os preços apontam para uma maior estabilidade. Segundo Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza (empresa especializada na assessoria do comércio exterior), isso acontece graças ao trabalho do agronegócio brasileiro, que têm trabalhado contra a dependência do país na importação de trigo. “Considerando a demanda internacional, se alcançarmos essa suficiência, o Brasil poderá se tornar um país exportador da commodity. Isso representa o maior impacto do agronegócio na balança comercial brasileira”, afirma Pizzamiglio.