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Empresário de 72 anos é denunciado por aplicar golpes de R$ 20 milhões contra 120 produtores rurais em Campo Bonito

O Ministério Público do Paraná apresentou denúncia contra um empresário do ramo de cereais por suposto esquema que lesou, ao menos, 120 produtores rurais na região Oeste do estado. Segundo a Promotoria, o denunciado teria obtido enriquecimento ilícito de R$ 20,3 milhões ao continuar negociando e recebendo grãos mesmo após a venda da empresa a uma cooperativa local.

De acordo com a investigação, o empresário mantinha uma operação de armazenamento em silos e negociava sacas de soja e trigo com agricultores da região. A Promotoria afirma que, apesar da venda formal do empreendimento ocorrida durante o ano, o acusado seguiu recebendo mercadorias e não efetuou os pagamentos devidos aos produtores.

O golpe veio à tona quando, ao visitarem o estabelecimento, as vítimas encontraram a empresa fechada e o local já de posse da cooperativa compradora. A denúncia registra que o acusado se aproveitou da relação de confiança construída ao longo de décadas com os agricultores para manter as operações e, em seguida, deixar de quitar os valores.

Denúncias

Foram oferecidas ao Judiciário dezenas de denúncias por estelionato, envolvendo mais de cem ocorrências. Entre as vítimas há produtores de diferentes faixas etárias, inclusive pessoas idosas, informou o órgão ministerial. A Promotoria também pediu que o acusado seja obrigado a reparar minimamente os prejuízos causados às vítimas.

Segundo o Ministério Público, investigações indicaram movimentações financeiras e práticas que motivaram a responsabilização criminal. Há ainda referência a episódios semelhantes em outras cidades da região, mas que, conforme apurado, estariam prescritos.

Situação processual e defesa

O denunciado possui mandado de prisão em aberto e é considerado foragido, conforme consta nos autos. A defesa, por sua vez, negou prática criminosa e afirmou que os problemas decorrem de uma crise financeira agravada por fatores externos e por doença que afetou o controle da atividade empresarial. Advogados do acusado afirmaram, em nota, que os valores obtidos com a venda foram destinados ao pagamento de dívidas e que o patrimônio permanece sob responsabilidade do cliente, que pretende regularizar a situação assim que possível.

O caso segue em tramitação, e o Ministério Público ressalta que as apurações continuarão para garantir responsabilização e reparação às vítimas.

Com informações de MPPR.

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