Quando vai se aproximando o Dia das Crianças, é época da criançada sonhar com brinquedos, como aconteceu tantas vezes com o menino Cláudio dos Santos. E muitos meninos e meninas precisam apenas esperar o dia em que ganharão o que era sonho, mas para Cláudio, seus irmãos e amigos brinquedos eram os que eles conseguiam fazer com as próprias mãos de crianças: pernas de pau, pião, espadas de madeira, estilingue, bilboquê. Os maiorzinhos se davam ao luxo de construir carrinhos de rolemã ou patinetes com rodas de madeira. Hoje, algumas décadas depois, nenhuma criança rica vive no meio de tantos brinquedos quanto Cláudio. Aliás, ele está a décadas cercado de brinquedos e não mais pernas de pau ou carrinhos de rolemã. Agora ele mexe com brinquedos caros, alguns caríssimos e tem até aqueles que passam de R$ 15 mil.
Cláudio dos Santos, o menino que não teve brinquedos comprados em lojas, agora é um especialista em consertar todo e qualquer tipo de brinquedo, desde as bonequinhas fabricadas há décadas pela Estrela, até drones que podem dar voos rasantes controlados à distância, carrinhos elétricos, patinetes elétricas e jogos eletrônicos.
“Eu comecei a trabalhar com brinquedos quando tinha 12 anos de idade e fui empregado pelo ‘seo’ Antonio Preto [Antonio Preto Orelhinha Leal da Silva, pequeno comerciante que foi vereador em Maringá de 1993 a 1996], que tinha uma pequena oficina de brinquedos”, conta Cláudio, que hoje é dono da SOS Brinquedos, na Rua Santos Dumont, próximo à esquina com a Rua Octávio Perioto.
“Naquela época, os brinquedos que apareciam para consertar eram bonecas, carrinhos de controle remoto, patins, skate, todo conserto dependia de grande habilidade do ‘consertador’. Mas, com o tempo isto foi mudando e hoje a maior parte dos brinquedos depende mais de troca de peças”, conta Santos. Segundo ele, antigamente os brinquedos eram fabricados no Brasil, mas hoje a grande maioria é importada, principalmente da China.
Cláudio foi empregado de Antonio Preto por 17 anos, depois virou dono da mesma oficina, que foi modernizada e hoje conta com uma equipe preparada para consertar todo e qualquer brinquedo, por mais caro que custe.
“Os brinquedos que conserto não são meus, mas brinquei com todos eles e continuo a brincar até hoje”, diz o empresário que cresceu sem brinquedos e hoje tem todos que quiser.