Um crime brutal chocou moradores de Campo Grande (MS) na noite desta segunda-feira (26). Mãe e filha, uma mulher de 23 anos e um bebê de apenas 10 meses, foram encontradas carbonizadas em um terreno baldio na Rua Desembargador Ernesto Borges, no bairro Indubrasil. O autor do crime, João Augusto Borges, de 21 anos, foi preso na manhã desta terça-feira (27) enquanto registrava o desaparecimento das vítimas. Ele confessou o duplo homicídio e disse que agiu porque “não queria pagar pensão”.
“Cansei. Sinceramente, me cansei. Não queria pagar pensão”, afirmou friamente o suspeito em um vídeo que circula nas redes sociais.
Segundo o delegado Mateus Crovador, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), as vítimas não foram mortas no local onde foram encontradas. Os corpos estavam em chamas quando foram avistados por um segurança que passava pela região. O incêndio foi contido pelo Corpo de Bombeiros, mas as vítimas já estavam carbonizadas.
A polícia confirmou que óleo diesel foi usado para incendiar os corpos, que foram deixados no fim de uma rua sem saída. Apesar da carbonização, não foram encontrados sinais de perfuração por arma de fogo ou arma branca. A causa da morte ainda está sendo apurada — não se sabe se mãe e filha foram mortas antes de serem queimadas.
Confissão gravada
Um vídeo gravado durante o interrogatório mostra João admitindo o crime com frieza. Ao ser questionado por um policial se havia matado a filha apenas para evitar a pensão, ele respondeu inicialmente que sim, mas depois tentou justificar:
“Foi influência de uma mulher do trabalho”, disse, embora tenha negado que essa pessoa tenha pedido para ele cometer o assassinato.
A gravação tem 39 segundos e causou revolta nas redes sociais pelo tom frio do assassino.
Prisão e investigação
João foi preso na 6ª Delegacia de Polícia Civil, no Bairro Jardim Tijuca, quando tentava formalizar o desaparecimento das vítimas. A equipe da DHPP foi acionada e realizou a captura.
A polícia já tem imagens de câmeras de segurança que mostram um carro circulando na área horas antes do crime. A investigação aponta que o veículo pode ter sido usado para transportar os corpos até o local onde foram queimados.
O caso está sendo tratado como homicídio qualificado com ocultação de cadáver. As investigações continuam para determinar todos os detalhes, inclusive se há outros envolvidos no planejamento ou execução do crime.