Aos 33 anos, Caio Bonfim está em sua quarta Olimpíada. A melhor colocação dele nos jogos até a prata na marcha atlética 20km havia sido o quarto lugar no Rio em 2016. Em Tóquio, ele ficou em 13º.
“Quando eu passei a minha chegada ali na Rio 2016, meu pensamento só era esse – no caminho até eu tocar de roupa era: ‘será que eu vou ter uma chance de chegar tão perto de uma medalha olímpica?’ E aí você fica oito anos sempre respondendo: ‘já fui a quatro Olimpíadas. Fiquei a cinco segundos da Olimpíada’. E nesse ciclo eu queria construir de novo essa oportunidade. Eu tinha que trabalhar para que eu conseguisse de novo essa oportunidade”.
Um dia depois da prata, já deu para começar a sentir o aumento de interesse nas redes sociais. Caio espera que a medalha aumente a visibilidade da marcha atlética no Brasil.
“O que eu posso dizer pra você é que eu vou lutar para que isso melhore. A iniciativa privada no Brasil é muito difícil, a gente vive mais de apoio do governo. Então eu acredito que é a visão para a marcha atlética vai ser diferente. Se tem um menino em algum estado que está se destacando e a galera não está vendo… No Espírito Santo tem um grande marchador lá, novinho, e ninguém está vendo. Talvez comecem a observar ele. Então é com isso que eu quero que essa medalha faça. Abre esse caminho para que a gente possa continuar crescendo. Quem sabe que em matéria-prima a gente tem qualidade”.
Para o Caio, ter a mãe como treinadora tem sido um privilégio.
“No começo, o treinador era só meu pai. Não tinha minha mãe. Minha mãe era atleta dele. Quando eu começo ter alguns problemas de falta, minha mãe como uma grande marchadora tecnicamente, meu pai falou: ‘a gente precisa alguém que te dê essa instrução técnica melhor, porque eu não estou conseguindo te evoluindo. Minha mãe falou: ‘eu acho que eu sou essa pessoa’. E aí ela foi estudar. Nós fomos para Europa, aprendeu com outros treinadores. Então, será que outra pessoa que não a mãe faria isso? Pegou meu sonho, que também era dela e teve essa fusão. E o esporte me deu a oportunidade de ter esses momentos com meus pais e de me tornar amigo deles.
E foi aqui em Paris que o sonho da família se tornou realidade.
“Na marcha atlética, você não pode tirar os dois pés do chão ao mesmo tempo, né? Mas esses dias eu tenho flutuado bastante aqui, tenho tanta alegria por essa medalha”.
De Paris, Verônica Dalcanal, para a Rádio Nacional. e tanta alegria por essa medalha. De Paris, Verônica Dalcanal, para a Rádio Nacional.
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