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Bolsonaro nega incentivo ao 8 de Janeiro e chama de “malucos” os apoiadores que pedem intervenção militar

Foto: Antonio Augusto/STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira (10), que não teve qualquer envolvimento com os atos golpistas que culminaram na invasão das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. Durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-mandatário negou ter incentivado manifestações antidemocráticas e classificou como “malucos” os apoiadores que pedem a volta do AI-5 e uma intervenção militar.

“Não procede que eu colaborei com o 8 de janeiro. Não tem nada meu ali, estimulando aquela baderna que nós repudiamos”, declarou Bolsonaro. Ele também afirmou que, ao deixar o país antes da posse do presidente Lula, preferiu não convocar protestos nem manifestações. “Eu pacifiquei ao máximo. Não convoquei ninguém pra fazer protesto. Fiquei recluso no Alvorada”, disse.

Sobre os acampamentos em frente aos quartéis e os apelos por golpe militar, Bolsonaro afirmou que chegou a repreender manifestantes que portavam faixas com pedidos de novo AI-5. “Quantas vezes eu orientava o pessoal que chegava, perguntava se sabiam o que era AI-5. Nem sabiam. Isso não existe, é coisa de maluco”, pontuou.

O AI-5 (Ato Institucional nº 5) foi o mais duro decreto da ditadura militar no Brasil, permitindo, entre outras ações, o fechamento do Congresso e a cassação de mandatos e direitos políticos. Bolsonaro também minimizou sua omissão diante dos acampamentos, alegando que uma tentativa de desmobilização poderia agravar a situação. “Se desmobilizássemos, poderiam ir para a Praça dos Três Poderes, o que seria pior ainda”, disse.

O ex-presidente foi ouvido no âmbito da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado no país. Ele é um dos oito réus considerados pela Procuradoria-Geral da República como integrantes do “núcleo crucial” da suposta organização criminosa.

Além de Bolsonaro, também prestaram depoimento Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. A conclusão dessa fase marca o encerramento da instrução processual, etapa destinada à coleta de provas.

Agora, acusação e defesa poderão pedir diligências complementares. Na sequência, terá início o prazo de 15 dias para apresentação das alegações finais. Após esse período, o caso estará pronto para ser julgado pela Primeira Turma do STF, que decidirá pela condenação ou absolvição dos envolvidos. Em caso de condenação, as penas serão estabelecidas individualmente. Ainda caberá recurso dentro da própria Corte.

Com informações de G1.

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